Clima de ódio só cresce e não vejo como exagero se falar em ambiente de guerra civil no país

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Na última coluna na rádio Ipanema, falando sobre os filmes que havia visto na noite anterior no Cine Sesc Café, um documentário canadense, de McLaren, feito em 1958, sobre o clima pré-Guerra Fria, e também sobre o excelente documentário em animação que foca entre outros conflitos da 1ª Guerra do Líbano, nos anos 80, onde o clima de ódio e animosidade entre muçulmanos e cristãos detonou o conflito, levantei a hipótese de que o Brasil caminha a passos largos para algo de uma proporção nunca vista antes, inclusive uma guerra civil. José Roberto Ercolin, o âncora do Jornal Ipanema, classificou de exagero essa minha opinião. A verdade é que o ódio ao PT (e o ódio de quem se simpatiza pelo PT com todos que alimentam esse ódio) está numa escala crescente e sem limites. Não há uma liderança política, econômica, artística ou intelectual que consiga separar a crise econômica (inflação em alta e produção em baixa), da crise política (PSDB e ala do PMDB insiste num 3º turno eleitoral) e da crise policial (Operação Lava Jato). Dilma não é Collor, ou seja, ao contrário do ex-presidente que era absolutamente sozinho, Dilma é integrante do maior partido do Brasil. Em que pese os índices impopulares que atravessa, a verdade é que uma coisa (aprovação de um governo) é diferente da outra (ser impedida de governar por razões ideológicas). Desde outubro tenho externado minha preocupação com esse clima, mas parece que falo sozinho. Tenho cobrado, sem sucesso algum, diretamente um parlamentar com voto na Câmara, o deputado sorocabano Vitor Lippi, a quem encontro e entrevisto com certa freqüência. Ele está convicto que o melhor caminho é a cassação de Dilma. Ainda entendo que o caminho é do diálogo e que ela seja retirada de lá pelo voto, em 2018. Aos que dizem que ela mentiu na campanha, fica a pergunta: quem não mentiu? Infelizmente campanha eleitoral é um período de propaganda daquilo que o candidato sonha em fazer e não que terá condições de fazer. Que o Ercolin tenha razão e eu esteja exagerando no que estou vendo. Desejo, de verdade, estar errado.

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