Modelos de gestão: 1 ou 12 secretários da saúde em 8 anos

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Mesmo com atritos, rusgas e ritmos diferentes, Renato Amary e Vitor Lippi formaram uma parceria na Prefeitura de Sorocaba entre 1996 e 2004, quando Renato era prefeito e Lippi o secretário da saúde.

Naquele momento surgiram programas como Médico da Família, Policlínica, Unidade Pré-Hospitalar, Pista de Caminhada, Controle de Diabetes e Pressão Alta e sei lá mais quantas ações que marcaram a saúde da cidade.

Lippi, assim, se tornou prefeito e ficou mais 8 anos no comando do Executivo e nesse período todo teve apenas um secretário da Saúde também, Milton Palma, que já era o seu braço direito quando ele era secretário e Ademir Watanabe, o esquerdo. E novos avanços em UPHs e programas de atendimento à população foram realizados.

Quando Pannunzio foi eleito e assumiu o comanda da Prefeitura, apesar do apoio fundamental de Lippi para a sua eleição, entendeu que deveria fazer diferente e trouxe de fora de Sorocaba Armando Raggio que havia sido secretário da Saúde no Paraná e tinha larga experiência no Ministério da Saúde. Nem discuto suas ideias, intenções e propósitos, que pareciam boas, mas a gestão foi um desastre. E Pannunzio acabou tendo 4 secretários da saúde em seu governo.

Desde o início do governo Crespo em 2017 e até hoje, portanto 4 anos depois, já são 8 secretários da Saúde. A prefeita Jaqueline Coutinho, que foi eleita vice e pela cassação de Crespo assumiu o comando da prefeitura, trocou Ademir Watanabe por Marcos Fabrício dos Santos, ambos médicos e servidores público de carreira na rede municipal. “A mudança tem como objetivo promover uma reformulação na gestão pública de Saúde”, disse a secretaria de Comunicação da prefeita.

Quando a prefeita externa esse objetivo, ela está dizendo que não concorda com o que Watanabe fez desde que ela assumiu, há um ano. E fica o compromisso do que ela pretende fazer nos próximos 120 dias, quando acaba seu governo.

Algumas conclusões: A) para o cidadão, é melhor 1 secretário da saúde por mandato de prefeito, ao invés de trocas; B) o secretário da saúde que vem de fora (como Lippi foi de Renato e Milton Palma de Lippi) consegue mais independência para implementar o programa de saúde do prefeito; C) não importa o grau de afinidade do prefeito e secretário, mas o resultado do seu trabalho para a população.

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