Ex-secretário da Prefeitura de Sorocaba afirma que reforma proposta pelo atual prefeito é moeda de troca com os partidos que o apoiaram na eleição e que eu confundo fidelidade e ideologia partidária com oportunismo de ocasião

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MauricioBiazotto

Ao comentar minha postagem sobre o drama pessoal de dois vereadores do PMDB que estava se sobressaindo à orientação do partido na questão da votação da Reforma Administrativa (https://odedaquestao.com.br/dramas-pessoais-se-sobrepoem-a-orientacao-do-partido-e-explicam-porque-mesmo-com-determinacao-da-direcao-do-pmdb-para-aprovar-a-reforma-administrativa-o-partido-que-tem-seis-votos-podera-dar-apenas/) o ex-secretário de Governo da Prefeitura de Sorocaba na gestão de Vitor Lippi, Mauricio Biazotto, chama a atenção para alguns pontos, entre eles a de que no Brasil não existe ideologia partidária, mas negócios (comércio de bens materiais ou imateriais). Mais para frente entende a importância dos cargos comissionados, mas vê que a atual reforma é moeda de troca. Ou seja, ele entende que os cargos que o prefeito pretende criar são para dar aos integrantes dos 13 partidos que compuseram sua coligação eleitoral de onde veio, aliás, a grande maioria dos atuais 20 atuais vereadores.

Não há nada no projeto enviado à Câmara (retirado de votação até que uma comissão dê seu parecer), nem mesmo no que se vê na sessão extraordinária da votação na manhã de hoje, que dê sustentação ao que o ex-secretário alegue. Minha inteligência alcança  elucubrações e ilações tão ou mais complexas do que essa (ainda mais quando a Operação Lava-Jato nos inspira a isso) de Biazotto. Mas as informações (algo sem forma) da qual tenho consciência não me permite tratar como fato. Aliás, nem as informações de agora e nem as do passado. E as informações que tenho são as mesmas que o promotor Orlando Bastos Filho tem. Pelo menos ele não revelou ter alguma outra quando inventou o inquérito preventivo contra a reforma.

Leia abaixo o que diz o ex-secretário:

Desculpe Deda, mas orientação partidária e ideologia, no Brasil é uma grande piada, a começar pela quantidade de partidos e legendas de aluguel que temos, tanto é verdade que um neófito na política, jamais teria legenda se o “cacique” ou “dono da legenda” não o permitisse como você bem disse, portanto, está sua análise também se propõe a exercer jornalisticamente pressão sobre alguém que está buscando atuar pela sua consciência e por aqueles que confiaram seu voto, falar de ideologia de um partido marcado por sua falta, justamente, de ideais republicanos (poderia listar inúmeros fatos) a verdadeira “Maria vai com o poder” ou “siga o guia” para não utilizar expressões mais fortes, me parece outra brincadeira do letrado jornalista. Com relação aos cargos de confiança eles são necessários sim para que um prefeito exerça seu papel e cumpra com o plano de governo, mas eles não podem ser utilizados como moeda de troca ou de pressão sobre os parlamentares, eles devem ser criteriosos e ajustados a demandas que os quadros estáveis não consigam cumprir, portanto, como a reforma depende da aprovação do legislativo, a bem da transparência, o projeto de Lei deveria trazer os critérios seletivos para o preenchimento destas vagas, só assim o cidadão poderá acompanhar o exercício destas vagas. Portanto, caro Deda, a sua inteligência tem estatura para não confundir fidelidade e ideologia partidária com oportunismo de ocasião e moeda de troca, é isto que o MP vem combatendo ao longo do tempo. Mauricio Biazotto · Consultor em Clever Devices

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