Lau, a referência sorocabana em Brasília, morre precocemente

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A morte do Lau, o Laurentino Martins Júnior, é daqueles fatos que nos pegam de surpresa e nos fazem lembrar do quanto a vida é um instante. Um nada! O que você fez está feito e o que vai fazer não passa do que está fazendo.

De contínuo a consultor do presidente nacional da Caixa Econômica Federal, Lau passou a maioria dos seus anos dentro do banco, os últimos 20 (ou mais) deles em Brasília.

Em 1987, quando ele havia acabado de entrar na Caixa e tinha dos mais baixos cargos na hierarquia da instituição, reconheci Lau quando necessitava de uma informação do banco, na agência da rua 15 de Novembro, em Sorocaba.

Na verdade, foi Lau quem me reconheceu. Nós morávamos na Vila Santana, ele era irmão do Pedro (me foge o nome dos seus outros irmãos enquanto escrevo), que jogava bola comigo no Estrada, e vendo a minha insistência em perguntar e o gerente dizer que não podia dizer, me deu uma dica preciosa: ele mora na saída para Porto Feliz.

Naquele ano, eu ainda na faculdade, buscava meu primeiro emprego como jornalista e o então editor do Cruzeiro do Sul, Cláudio Oliveira, me prometeu a vaga desde que eu entrevistasse o ganhador da Loto (o equivalente a Mega-Sena nos dias de hoje) que era de Sorocaba. Fiz o óbvio, fui ao pagador do prêmio, a Caixa, para saber quem era. Pois bem, o gerente (me esqueci o nome dele), educado como ele só, me dizia, apesar de minha insistência, que o ganhador não queria ter seu nome revelado.

Vendo minha desolação, Lau disse baixinho no meu ouvido, ele mora na saída de Porto Feliz. O resto da história conto uma outra vez, o fato é que sem esse “sopro” da resposta certamente eu não estaria aqui escrevendo esse blog hoje.

Lau era bom. E não digo isso pelo que ele fez comigo, mas pelo que leio de relatos das pessoas que, assim como eu, se surpreenderam com sua prematura morte aos 57 anos. Ele foi um semeador de bondades, abrindo portas, dando dicas de caminho seguir, sendo franco com a realidade. São sorocabanos falando, são falas das pessoas de Brasília onde ele fixou residência e os anos que se acumulam, formando sua história, lhe deram a vida que escolheu, amou e aproveitou.

Ler sobre sua morte numa fina linha da Necrologia do Cruzeiro do Sul, quando já havia sido sepultado, mexeu com meu ânimo. Recorri ao Will, o guerreiro dono da adorada revista Ego, também alvo das bondades de Lau, para saber se ele sabia algo mais sobre essa morte tão precoce. E foi ele quem me contou: então, uma tristeza, ele teve um infarto fulminante. Em Brasília, ele havia combinado um almoço no sábado com umas amigas (haviam saído na noite anterior) e elas estranharam o fato dele não atender o telefone, e não estar online desde que se despediram, e foram até lá e… o encontraram morto.

Complicado e complexo assim…

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