Médicos e dentista são flagrados em esquema de ‘farra do ponto’ no Conjunto Hospitalar de Sorocaba

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CHStvtem1Reportagem exclusiva da TV TEM Sorocaba, exibida em rede nacional no domingo passado pelo programa Fantástico da Rede Globo, se tornou o principal assunto da cidade neste começo de semana: A equipe flagrou dois médicos e um cirurgião dentista do CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba) que recebem salário mesmo sem atender pacientes. Eles registram a entrada, deixam o hospital e só voltam no fim do expediente para marcar a saída. Neste meio tempo, o médico anestesista Francisco Manoel dos Santos Mendes, o cirurgião dentista Elias Agostinho Neto e o cirurgião plástico Newton Canicoba vão para casa, padaria ou academia, fazem compras e até atendem pacientes em clínicas particulares.

O fato gerou consequências nesta segunda-feira: O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e o Ministério Público anunciaram que vão investigar o fato.

De acordo com o presidente do Conselho Regional, Lavínio Nilton Camarim, relatórios serão encaminhados às autoridades e, em seguida, a entidade vai instaurar uma sindicância para apurar a prática mostrada na reportagem. “Se realmente houver infração, o médico poderá receber desde uma advertência até mesmo a suspensão ou cassação do exercício profissional, se isso ocasionou a morte de paciente”, explica. Lavínio ressalta que, em regime de plantão, a entidade orienta os médicos a jamais abandonarem o hospital, exceto quando não tem alimentação ou banheiros no local de trabalho.

Na semana passada, o Cremesp esteve no CHS e detectou a falta de profissionais no sistema de urgência e emergência, além de problemas na infraestrutura do pronto-socorro. “Encontramos uma alta demanda, muitos pacientes para serem atendidos e pacientes graves internados em observação em alas que não poderiam suportar isso. Além de insuficientes, nós detectamos médicos que estavam dobrando seus horários de plantão. Não podiam sair do plantão quando estava terminando porque não tinham outros para substituir”, conta.

Pena imediata

Em nota, na manhã desta segunda-feira, a Secretaria de Saúde do Estado determinou abertura imediata de investigação para verificação da denúncia. Os profissionais serão ouvidos e estão sujeitos às sanções previstas em lei. A partir das informações, a secretaria ainda vai implementar melhorias no sistema de ponto eletrônico para evitar que esses casos se repitam. Segundo o secretário-adjunto Eduardo Ribeiro Adriano, a Secretaria Estadual de Saúde também está verificando a situação e, em caso de confirmação de irregularidades, os profissionais serão imediatamente demitidos do serviço público e terão que devolver todo o recurso que receberam sem trabalhar. “Não só é uma atitude inaceitável para o Governo de São Paulo, como é uma traição ao paciente e a cada um de nós contribuintes que tanto nos sacrificamos para ter um serviço de qualidade. Então, é inadmissível uma atitude como essa e vai ser imediatamente apurada e penalizada”, continua.

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