Prefeito começa a demonstrar entusiasmo com o futuro, se mostra satisfeito com o que conseguiu até agora, às vésperas de completar o icônico 100 dias de governo, mas não perde a oportunidade de dar um chute na canela do seu antecessor

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CrespoEntrevistaPrefeito Crespo concede entrevista no gabinete

Se não estou enganado, na manhã de hoje, fiz a quarta entrevista com o prefeito Crespo desde que ele assumiu o comando da prefeitura de Sorocaba no dia 1º de janeiro. Foram duas vezes na própria rádio, onde a organização do estúdio permite uma dinâmica de conversa mais apropriada a uma entrevista, e duas vezes em seu gabinete onde a conversa chega aos ouvintes através do telefone, ou seja, o simples fato de segurar o aparelho impede que se use a caneta ou o celular de maneira que o papo acontece unicamente pela memória. Os dois modelos entrevista são justos, cada uma requer um tipo de habilidade mental do jornalista. Mas fica a ressalva que ambos os modelos são imposições do prefeito.

O resultado da conversa, o que vai ao ar, é avaliado de dois pontos de vista.

O primeiro deles diz respeito às afirmativas ou negativas do prefeito a cada resposta. E hoje de manhã, no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz) foram estas as respostas de Crespo: Há 80% de probabilidade de que tenha início em seu governo as obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para o transporte de passageiro no eixo Leste/Oeste; probabilidades acima de 80% que tenha início no seu governo as obras do BRT (Sistema de Ônibus Rápido dentro de corredores específicos); boa probabilidade que Sorocaba tenha seu sambódromo, espaço de convenções, de exposições,. Recinto de Festa Junina e afins, ainda no seu governo, nas áreas das antigas oficinas da Fepasa na região do Largo do Líder; intenção de levar à Toyota (não necessariamente na sede no Japão) o pedido de apoio ao São Bento desde que oficialmente a diretoria do São Bento solicite a ele essa intervenção; a impossibilidade de afirmar se dará ou não a reposição da inflação nos salários dos servidores (leia postagem sobre isso a seguir); a decisão de intervir no bairro Caputera (um bairro de chácaras à margem direita da Raposo Tavares que é tema de eleições há mais de uma década) ainda em seu governo; a certeza de que tomou a decisão certa de permitir a mudança da maioria das famílias ao residencial Carandá; a decisão de não enviar mais para a Câmara projeto para criar cargos a quem não tem diploma de nível superior.

O segundo ponto de vista é o da forma. E esse tem sido duramente criticado por mim ao longo dos quase 100 dias do mandato do prefeito que estarão completos em 10 de abril. Entendo que o prefeito se posiciona de maneira agressiva ao usar adjetivos e adjetivações nos mais variados temas e circunstâncias e como exemplo cito dois fatos recentes onde em um ele pagou do próprio bolso e mandou um assessor oferecer cozinhas aos manifestantes do sindicato dos servidores públicos e o outro onde chamou de vagabundo e inepto e incompetentes funcionários de São Paulo do Banco do Brasil devido ao imbróglio no Carandá. São características de um vereador. De um prefeito se espera a serenidade, não a pasmaceira ou omissão. Mas atitudes firmes sem estardalhaços e entendo que o prefeito exagera nesse sentido.

O resultado disso, e essa é minha interpretação, é a de que o prefeito começa a demonstrar entusiasmo com o futuro e satisfação com o que o seu governo conseguiu até agora. Na entrevista de hoje, por exemplo, o prefeito deu uma ou duas caneladas no ex-prefeito Pannunzio (este é seguramente o seu esporte preferido), mas nada comparado com manifestações passadas onde deixava de falar sobre o que faz e pensa para ocupar todo tempo da entrevista para enfatizar a herança maldita que se traduz num déficit de R$ 281 milhões deixado por Pannunzio.

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