Professora fica indignada com desconfiança do prefeito e explica faltas e atestados médicos

Compartilhar

Cíntia Scudeler, professora da rede municipal de Educação, indignada com o tom do prefeito Pannunzio durante a a coluna O Deda Questão da Rádio Ipanema na quarta-feira (02/09), que classificou de “inimaginável” haver tantas faltas de professoras e auxiliares em nossa rede municipal, resolveu se manifestar em meu blog com o que intitulou “Carta de ajuda ao Prefeito Pannunzio”. Ela fala da salas superlotadas, dos problemas físicos e emocionais que esta sobrecarga provoca, e, por fim, reclama da forma como as professoras e auxiliuares estão sendotratadas pela administração atual.

Leia abaixo a íntegra da manifestação da professora.

CARTA DE AJUDA AO PREFEITO PANNUNZIO – PREFEITO DE SOROCABA

Já que estamos em tempos de crise no Município de Sorocaba, publico essa carta de ajuda ao nosso prefeito PANNUNZIO que, no dia de hoje 02/09/2015, em entrevista a coluna O Deda Questão da Rádio Ipanema, declarou que não entende os motivos de haver tantas faltas de professoras e auxiliares em nossa rede municipal, deixando, assim, a corregedora Adriana de Oliveira Rosa responsável por descobrir os motivos de algo “inimaginável”, segundo nosso prefeito.
A priori viso encurtar o trabalho da referida corregedora, visto que estamos em tempos de cortes financeiros e trabalhistas, auxilio também nessa questão, para que a funcionária em questão seja designada a outras investigações pertinentes e até agora não respondidas a toda sociedade sorocabana. Para tanto, cito alguns dos motivos de tantas ausências dessa classe trabalhista:
– Salas de aula super lotadas. As escolas fundamentais tiveram salas de aulas fechadas e número de alunos por classe aumentado, dificultando assim o trabalho do professor.
– Creches com entradas diárias de crianças por meio de ordem judiciais (por a prefeitura não oferecer vagas, prédios e funcionários suficientes que a demanda da nossa cidade exige), ficando difícil de suprir até a assistencialidade em seus princípios básicos de alimentar e higienizar, e quase impossível oferecer toda a integralidade e autonomia que a educação descreve e que é princípio de todos os educadores. Fazendo com que professores e auxiliares trabalhem com 30, 40, 50 crianças menores de 3 anos, muitas vezes, em espaços pífios que não seriam depositados nem animais.
– Falta de material escolar para as crianças no início do ano letivo, não disponibilizando ao professor, em alguns casos, um caderno por aluno.
– Merenda escolar defazada para as crianças, havendo falta de frutas e verduras, criando insegurança nos funcionários se no dia seguinte terá alimentação para as crianças.
– Corte na alimentação dos funcionários, que não recebem vale alimentação.
– A não realização de concurso público para suprir a demanda de auxiliares de educação, causando um déficit gradativo desde de 2013 de profissionais nessa área, não havendo reposição dos mesmos.
– Proibição de chamadas de substitutos para eventuais faltas de profissionais (que mesmo no setor privado é pautado na C.l.t.), obrigando funcionários a trabalharem impossibilitados ou se indisporem com companheiros de trabalhos, sobrecarregando os mesmos.
– Ter que dar conta sozinho de 6 bebês de 4 meses a 1 ano, 8 crianças de 1 anos, 10 de 2 anos ou 15 de 3 anos, contando com alimentar, dar banho, trocar fraldas e dar suporte pedagógico (esse número é quando o quadro de funcionários está completo)
– Ficar inseguro com relação a recebimento de salário, décimo terceiro, ferias, remoção compulsória, encerramento de projetos, entre outras desde o início dessa gestão.
– Trabalhar em condições precárias e não adequadas para o melhor atendimento das crianças.
Agora se através desses itens não ficou claro pra você, Senhor PANNUNZIO ,o por quê tantos professores e auxiliares dão atestados médicos de ortopedistas, psiquiátras e afins, peço encarecidamente que o senhor desça do 6° andar do Paço Municipal e venha ver com os próprios olhos a realidade das escolas sorocabana e os percalços que originam tanta insegurança emocional e psicológica, tantas dores nas costas e articulações, tanta instabilidade de saúde, talvez assim o senhor não precise designar um funcionário à essa missão!

Comentários