Secretário de Governo afirma que acusações de vereador são vazias e que denúncias têm a intenção de detonar o processo eleitoral de 2016

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O secretário de Governo e Segurança Comunitária, João Leandro da Costa Filho, participou, na manhàdesta sexta-feira (27), do Jornal da Ipanema, da Rádio Ipanema, para falar sobre as acusações do vereador José Crespo (DEM) de que 19 quadrilhas estariam atuando na Prefeitura de Sorocaba. Durante a coluna “O Deda Questão” o secretário contestou as acusações do parlamentar e frisou que não houve apresentação de nenhuma prova que comprovasse a atuação das supostas quadrilhas. “Não dá para não levar em consideração a entrevista do vereador e, imediatamente, a prefeitura toma todas as medidas cabíveis. Mas, eu contesto as afirmações com veemência”, disse.
A relação das críticas e a afinidade expressa pelo vereador com Renato Amary (ex-prefeito e apontado como candidato em 2016) é vista como o pontapé inicial da corrida eleitoral de 2016. Mesmo vendo este viés político, o secretário focou suas respostas na contestação das afirmações do vereador.
O titular da secretaria de Governo lembrou que, depois de denúncias semelhantes de Crespo, feitas no ano passado, um pedido de abertura de inquérito policial foi feito à Delegacia Seccional de Sorocaba, para investigar as acusações. “Á pedido do vereador, inclusive, nós solicitamos a instauração de um inquérito policial, na Delegacia Seccional de Sorocaba, onde ele foi compelido a apresentar provas e, mais uma vez, não o fez. O que o vereador faz é utilizar aquilo que ele chama de imunidade parlamentar para jogar questões sem provas contundentes”.
Em entrevista ao Jornal Ipanema, o representante do Executivo disse que, “se Crespo realmente tem essa preocupação, deveria ter ido mais além, exercendo sua função de vereador”. “Não se pode acusar a prática de um crime de forma genérica ou acusar uma secretaria sem indicar quem são os criminosos e quais são os atos cometidos por elas que configuram crimes. Isso é lamentável, pois começa a colocar em cheque a figura dos mais de 12 mil funcionários do vereador”, declarou.
Filho também comentou as afirmações de Crespo de que o corregedor geral do município, Gustavo Barata, não teria “voz ativa” no Paço e de que “ele não trabalharia para apontar os culpados por irregularidades. “Essa afirmação sobre o corregedor é leviana”, afirmou.
O secretário reafirmou que “não existe comportamento compatível com a atuação de quadrilhas no governo Antonio Carlos Pannunzio”.
Principais acusações
Ao Jornal Ipanema, Filho comentou as principais denúncias feitas pelo vereador individualmente. Sobre a cobrança irregular de uma taxa de serviço funerário, que seria feita pela prefeitura, ele destacou que “o indício foi apresentado pelo vereador e que é um conceito criado por ele”. “Pelo que me consta, quem tem legitimidade para averiguar o ato administrativo é o Judiciário, que ele mesmo alega não ter feito nada sobre isso, pois, certamente, não teve a mesma interpretação. O achismo dele não tem amparo Jurídico”.

Em relação ao caso dos atestados médicos falsos, emitidos por profissionais da rede municipal a outros médicos, o secretário explicou que já foram instaurados um procedimento administrativo na prefeitura, com pedido de responsabilização de todos os envolvidos, e um inquérito policial, além de um inquérito no Ministério Público (MP). “O que acontece é que estamos em um estado democrático de direito, sistema que não permite que se julgue, condene e aplique a pena ao mesmo tempo. Nossa constituição diz que todos devem ter o direito de ampla defesa, e isso leva tempo. Mas, todas as medidas necessárias já foram tomadas”.

O secretário também negou a denúncia de abuso de autoridade na Guarda Civil Municipal (GCM). Segundo ele, atendendo a um pedido do próprio Crespo, um processo administrativo já foi instaurado, mas constatou-se que “não existe e nem existiu nada nesse sentido”. “Isso é abusar da inteligência da GCM, que é uma das melhores do Brasil e possui uma formação intelectual muito boa, que não aceitaria truculência do secretário [de Segurança Comunitária] ou do comandante. O que precisa ficar claro é que não se pode confundir autoridade com abuso de poder”, esclareceu.

A troca de animais que, de acordo com Crespo, estaria ocorrendo no Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, foi, ainda, alvo dos comentários de Filho. Ele alegou não ter conhecimento sobre o caso. “Certamente, a secretaria vai abrir um procedimento e a corregedoria também deve averiguar. Ele, no entanto, nunca apresentou nenhuma hipótese de irregularidade à prefeitura”.

Sobre a provável existência de um cartel de empresas que atuariam na pavimentação da cidade, o secretário disse que, há dois anos, Sorocaba não possui uma pavimentadora. “Ele deve estar falando de algo remoto. Nesse governo, garanto que não hᔝ.

Em relação à fiscalização de obras atrasadas, Filho apontou que “a Câmara já realizou uma CPI sobre o tema e não descobriu nada de novo, encaminhando ao MP, que mandou arquivar por achar improcedente. “Não dá para ficar dando murro em ponta de faca”.

O secretário de Governo finalizou falando sobre o cartel que envolve a empresa fornecedora de merenda escolar em Sorocaba. “Por questões de custo, o contrato da merenda, que ainda está em vigência, foi prorrogado por mais um ano. Inclusive, isso foi feito por respeito ao vereadores, que realizam uma CPI para investigar essa matéria. Seria bom que eles concLuíssem isso, fizessem um relatório que mencione o cartel e indiquem o que eles acham que deve ser feito. É bom que ele não deixe de fazer aquilo que é da ossada dele”, terminou.

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