Sorocaba lança Observatório de Direitos Humanos de olho na vida real

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Um grupo de lideranças e ativistas dos Direitos Humanos – cujo o aniversário de 70 anos está sendo celebrado nesta segunda-feira – convida as pessoas interessadas no assunto a comparecer à Câmara Municipal de Sorocaba, no dia 11 de dezembro, das 19h às 22h, para juntos participar da Audiência Pública, na qual ocorrerá o lançamento do Observatório Salvadora Lopes de Direitos Humanos – Região Metropolitana de Sorocaba. O evento também marca a celebração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos em Sorocaba.

No texto do convite, a comissão que organiza o lançamento do observatório, afirma: “A luta por cidadania está no dia a dia das favelas, nas filas dos hospitais, nas escolas, na força das mães que buscam creches para seus filhos, na primavera das mulheres, na resistência ao racismo, ao machismo, à misoginia, à LGBTIQfobia, na luta contra o feminicídio, no direito à moradia, nas reivindicações por melhores condições de salário, etc. Portanto, a defesa dos direitos humanos pulsa na vida real. Dessa forma, e tendo a certeza de que nenhuma pessoa pode ter sua dignidade violada, é que enviamos o convite anexo”.

Entre as lideranças que confirmaram presença no evento está João Marcos Oliveira, presidente do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Sorocaba, criado com o objetivo de promover a valorização da pessoa e o respeito humano, interligando a comunidade negra de Sorocaba ao poder público para a valorização da cultura e de ações de combate ao racismo. Ele defende a criação do Observatório, dizendo: “Essa iniciativa é bem-vinda e necessária, diante do cenário que há alguns meses era anunciado e que agora se configurando de fato. Momento ímpar de superação das diferenças pessoais e institucionais. Momento de nós sentirmos partícipes e não mandados para ações objetivando minimamente a manutenção dos Direitos Humanos que estão sendo a passos largos e diuturnamente rasgados e violados. Aumentando assustadoramente o abismo social, as oportunidades, as possibilidades, fazendo crescer de forma explícita e sem nenhum constrangimento o que de pior pode existir no tocante ao Racismo, Machismo, Sexismo, Homofobia e Intolerância Religiosa. O cenário que se configura, não só aqui no Brasil, é assustador. Contudo, em nosso quintal estrutura-se um Tripé Reacionário sem precedentes. Tenhamos disposição, conhecimento e condições de qualificar o debate, para sensibilizar e estabelecer a empatia necessária para a Resistência!”

O nome de Salvadora Lopes ao Observatório dos Direitos Humanos de Sorocaba é uma referência a operária, sindicalista e primeira mulher a ocupar o cargo de vereador na Câmara de Sorocaba. Ela começou a trabalhar na indústria têxtil aos 11 anos de idade e na luta contra a jornada diária de trabalho de 10 horas tornou-se líder sindical, comandando greves pela melhoria das condições de trabalho. Ela se tornou símbolo da luta sorocabana pelos direitos humanos e empresta seu nome a outras ações, como o Diploma Mulher-Cidadã concedido pela Câmara Municipal a quem se destaca na sociedade sorocabana nos dias de hoje.

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