Sorocabano sofre ao explicar que foi preso por engano pela Federal

Compartilhar

Cerca de 320 policiais federais cumpriram 64 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de prisão temporária, além de outras medidas cautelares na semana passada dentro da chamada Operação Registro Espúrio. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e foram cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. Um deles, em Sorocaba, e que levou à prisão o ex-presidente e atual 1º secretário do Sindicato dos Empregados no Comércio de Sorocaba, Ruy Amorim.

A notícia se espalhou pelas redes sociais e um tom de surpresa e perplexidade tomou conta das pessoas pelo fato de ser alguém tão próximo estar envolvido em tamanho esquema de corrupção.
Porém… o Ruy Amorim preso em Sorocaba é homônimo de outro sindicalista de outra cidade. Mas o estrago já estava feito.

Ruy Amorim esteve no Portal Ipanema hoje pela manhã para conversar com as jornalistas Alana Damasceno e Cris Carvalho. Ele subia as escadas e eu descia logo ao final da coluna O Deda Questõ na rádio Ipanema (FM 91.1Mhz). Me deparei com um homem cansado (ele disse que sofre de hipertensão e diabetes) que pediu um momento para recuperar o fôlego e começar o seu calvário de explicar, a quem encontra, que foi preso por equívoco, que a Polícia Federal vai expedir um pedido de desculpas, que ele nunca fez nada de errado. Parecia alguém comprometido a recolher cada uma das milhares de penas jogadas do alto da igreja Catedral, ou seja, apesar de todo abatimento, está disposto a lutar por sua honra.

Ele me contou que foi um susto a prisão logo às 6h da manhã e um alívio no meio da tarde, já na sede da Polícia Federal da capital, quando o delegado disse que ele foi preso por um equívoco e que o Ruy Amorim que eles buscavam era outro. Ruy deixou claro o quanto é angustiante ser preso e acusado do que ele não faz a menor ideia do que seja. Em Sorocaba, ainda na Polícia Federal daqui, o agente percebeu que eu não tinha nada a ver com o pedido e investigação que partiu da Polícia Federal de Brasília.

Por fim, Ruy deixou claro que quem sofre é a família, afinal já faz uma semana que aconteceu o equívoco e a Polícia Federal ainda não expediu um pedido de desculpas, assumindo que errou por minha prisão. Sem isso, as pessoas me ouvem, mas ficam sempre com uma desconfiança. A família está sofrendo, me disse Ruy. Mas senti em sua cara que ele próprio também está desolado com o que está passando. Ele acredita que o pedido de desculpas da Polícia Federal virá e, depois disso, espera que todos que noticiaram sua prisão e fizeram julgamento sobre ele, se desculpem e publiquem com o mesmo tamanho de letra e destaque na página esse erro. Até lá, ele conta com a boa vontade dos jornalistas para ouvirem e publicarem sua história de ter sido preso por engano.

Comentários