Nunca estiveram em minhas preocupações a velhice ou a morte. Talvez, a razão disso, seja a minha mãe. Não me lembro de vê-la doente ou desanimada. Foi assim até morrer aos 85 anos de idade. Nunca deixou de trabalhar (no caso dela, cuidar da casa e família), de viajar ou ir a igreja, local onde ela sentia-se em casa.
Como disse, nunca havia pensado no meu fim.
Até domingo quando li uma matéria sobre o site www.population.io e ali soube de alguns dados: Cheguei aos 58 anos e descobri que 83% da população terrestre é mais jovem do que eu, ou seja, cerca de 6,8 milhões de pessoas. Lá também soube que sou mais velho do que 178 milhões de brasileiros e 224 mil pessoas no mundo, e 6622 no Brasil, fazem aniversário no mesmo dia que eu. Por fim, soube que morrerei aos 80 anos e seis meses no dia 25 de Dezembro de 2047. Portanto daqui 22 anos e seis meses.
Evidentemente isso tudo é baseado em estatística, em dados combinados que atestam a média de idade de expectativa de vida de uma população. Isso varia de acordo a inúmeros dados como alimentação saudável, nível de estresse, segurança… Ou seja, no Brasil um homem vai viver em média 80 anos e uma mulher 82. Tudo isso, porém, se perde caso a pessoa adoeça ou seja vítima de um imprevisto como, por exemplo, um acidente de trânsito.
Assim, viver segue sendo incontrolável, imprevisível e acidental. Mas se a pessoa se alimentar adequadamente, não fizer extravagância, se exercitar, viver sem ter de mentir… ela chegará, no meu caso, aos 80 anos e seis meses.
Isso leva à pergunta: O que eu vou fazer nas próximas duas décadas?
Nada muito diferente do que faço e venho fazendo: trabalhando porque é necessário; escrevendo, pois não há alternativa; lendo, um prazer. Participando da vida das filhas e netas, enquanto elas me permitirem… Me encontrar com as pessoas é outra meta. Sempre se aprende algo no convívio momentâneo das nossas entregas.
Não me assustam os 22 anos que me restam. Serão bem vividos, sem dar trabalho a ninguém. Assim espero!