A Câmara Municipal de Sorocaba criou uma Comissão Especial durante a sessão ordinária de hoje contendo representantes de todos os 11 partidos com assento na Casa e, por unanimidade, escolheu como seu presidente o vereador Anselmo Neto, tendo como relator o vereador Renan Santos.
O objetivo da Comissão Especial é acompanhar os trabalhos da Operação “Casa de Papel”, deflagrada pelo Gaeco, Polícia e Tribunal de Contas, para investigar contratos entre a Prefeitura de Sorocaba e uma empresa voltada à terceirização de serviços municipais, cujo os valores excedem a R$ 25 milhões, e que vinham sendo investigados há seis meses, portanto, desde novembro do ano passado, pelo Setor Especializado de Combate à Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro da Delegacia de Polícia Seccional de Sorocaba.
Exigir punição
“Essa comissão não fará pré-julgamento, mas irá acompanhar, com isenção, o trabalho da Polícia Civil e do Ministério Público. E, caso as denúncias sejam comprovadas, a Câmara Municipal não hesitará em exigir a punição dos eventuais culpados”, afirmou o presidente da Casa, vereador Fernando Dini, que parabenizou Anselmo Neto e Renan Santos pela escolha como presidente e relator, respectivamente, da comissão.
Tão logo o presidente da Casa colocou em pauta o requerimento de criação da referida Comissão Especial, o vereador Hudson Pessini (MDB) explicou que, conforme reunião prévia dos vereadores que assinaram o requerimento, realizada na tarde de segunda-feira, 8, foi sugerido que o vereador Anselmo Neto (PSDB) fosse o presidente da Comissão. O vereador Renan Santos (PCdoB) apoiou a indicação de Anselmo Neto e se propôs a ser o relator da comissão, também com apoio unânime.
Indicação contestada
Fernanda Pannunzio, filha do ex-prefeito Pannunzio, tão logo anunciada a escolha de Anselmo Neto para presidir a comissão, usou sua rede social Facebook para se mostrar espantada com essa escolha, tendo em vista Anselmo ter sido secretário do prefeito Crespo, logo no início de sua gestão: “Tentando entender… I. A Câmara de Vereadores criou uma “Comissão de Acompanhamento” da Operação “Casa de Papel”, cujo presidente foi secretário da atual administração? II. O prefeito diz não ter conhecimento de contratos, mas a empresa investigada já tinha sido proibida de atuar dentro da administração pública de Sorocaba, com ato administrativo assinado pelo então prefeito, Pannunzio, exatamente por ter sido considerada inidônea. O documento foi revogado por Crespo, portanto como o atual mandatário afirma não ter conhecimento do que vinha ocorrendo?”
Papel fiscalizador
Para o presidente da Casa, vereador Fernando Dini, a iniciativa de se constituir a Comissão Especial “é uma prova do compromisso do Legislativo sorocabano em cumprir seu papel fiscalizador”.