O padre Roberto Januário de Moraes, vigário da Paróquia Divino Espírito Santo, em Angatuba, na Região Metropolitana de Sorocaba, foi suspenso de suas atividades, ou seja, não pode mais rezar missas ou exercer qualquer função de padre, pelo bispo da Diocese de Itapetininga, Dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto em decreto publicado no dia 29 de março. O caso ficou conhecido apenas nessa semana.
De acordo com o documento assinado por Dom Gorgônio, a decisão tem como base o surgimento de denúncias graves com provas sobre o procedimento imoral de abuso de poder, aliciamento, sedução e corrupção de pessoas vulneráveis praticados pelo padre.
A igreja não é explícita sobre quais são as denúncias e provas, mas o Padre André Garcia, secretário do Bispo Dom Gorgônio, disse que ao Jornal Correio de Itapetininga que “as denúncias não ferem os artigos da justiça comum e por isso não há registros na esfera criminal e que os argumentos apontados no decreto ferem as normas disciplinarem da Igreja Católica”.
O documento diz ainda que algumas ações como advertências, tratamentos e mudanças realizadas com o intuito de corrigir o vigário e não tiveram resultados positivos. A suspensão está prevista no Código de Direito Canônico que assegura as obrigações dos membros do clero.
Forte atuação política
Roberto Januário de Moraes foi ordenado diácono em 26 de fevereiro de 2003, na Paróquia São Francisco de Assis, em Capela do Alto. E sua ordenação Sacerdotal foi em dezembro daquele mesmo ano na Catedral Nossa Senhora dos Prazeres, em Itapetininga. Em dezembro de 2018 ele havia sido nomeado pela Diocese como assessor eclesiástico do Movimento Sacerdotal Mariano.
O padre Roberto foi amigo dos últimos e atual prefeito de Angatuba, tendo acesso livre aos gabinetes da prefeitura com bons tramites dentro da administração da atual gestão, sendo responsável por levar a Angatuba empresários e deputados para serem atendidos na prefeitura.
Ao lado do padre Rogerio, que é o gestor do hospital Santa Casa de Angatuba, o padre Roberto vinha trabalhando na aquisição de uma usina de oxigênio para a unidade e contava com a ajuda de parlamentares do Estado de São Paulo, para disponibilidade de emendas em prol ao hospital de Angatuba.
Para lideranças de Angatuba, o padre Roberto sempre se mostrou empenhado em fazer as coisas acontecerem na cidade. Sua suspensão chocou muita gente.