O Hospital Samaritano é o pioneiro em Sorocaba em cirurgias cardíacas neonatal e pediátrica de alta complexidade, o que deve transformar Sorocaba num pólo regional dessa especialidade. A primeira vida salva no hospital foi a de Maria Clara, de apenas 3 meses. De acordo com a mãe, Joice Fernandes de Campos, a descoberta da doença aconteceu durante a 28ª semana de gravidez. “Descobrimos a má formação no coração através de um exame. Ficamos aflitos, pois na época a cirurgia não era realizada aqui e teríamos que viajar assim que ela nascesse”, lembra.
Três meses
Antes de fevereiro, gestantes que descobriam no pré-natal a doença do bebê, precisavam se deslocar para São Paulo para o parto. “Isso acontecia porque a cidade não possuía o procedimento. Porém, o ideal é que o bebê nasça onde ele será tratado. Dessa maneira o processo torna-se mais seguro, além de evitar o deslocamento da família”, explica o médico Luís Cavalcanti Pereira Lima, radiologista pediátrico especializado em terapia intensiva e cardiologia.
A partir de agora, Sorocaba está entre os principais centros fora da capital que oferece esse serviço. “A cidade acabará se tornando um centro de referência na região para esse tipo de tratamento e, desta forma, beneficiando diversas famílias”, relata o cirurgião cardiovascular pediátrico Ayrton Bertini Júnior.
Para o diretor técnico do hospital, médico Diogo Gomes Pereira, quem ganha é a cidade. “Sorocaba tinha um problema muito sério em ter que encaminhar crianças com essa patologia para São Paulo. Estamos muito felizes com essa conquista, em especial pela equipe multidisciplinar incrível que temos. Já estamos colhendo ótimos resultados”, enfatiza.
Morte neonatal
Segundo dados do Ministério da Saúde, a cardiopatia congênita é a 3ª maior causa de mortalidade neonatal no Brasil. Cerca de 10 a cada 1000 bebês nascidos vivos sofrem da doença e em cerca de 80% dos casos, a intervenção cirúrgica é necessária.
A cardiopatia congênita trata de anomalias resultantes de defeitos anatômicos do coração ou dos grandes vasos associados, com comprometimento da estrutura e da função do coração e podem ser detectadas durante o pré-natal. Entre os possíveis fatores estão algumas condições maternas, como diabetes, hipertensão, obesidade e histórico familiar.