O momento é de planejar o futuro para que seja possível nos reinventarmos, mas antes temos que sobreviver à onda de isolamento imposta pelo Covid19 nesta pandemia do CoronaVírus, uma praga nunca vista antes na história recente da humanidade. A falta de documentação sobre a Gripe Espanhola, Gripe de Hong-Kong, Gripe Russas – que juntas mataram mais de 3 milhões de pessoas – nos dá a sensação de que o momento é o mais dolorido. E, de fato, é mesmo. Nada dói mais do que aquilo que estamos sentimos na pele. E essa pandemia faz de nós, a humanidade, uma unidade. Ela confina pobres e ricos, mesmo que me lembrem de um importante detalhe: uma coisa é estar confinado tendo à mão Netflix, deliverys, Drive-Thrus e 30 metros quadrados de individualidade para cada um dentro de uma casa. Outra, a realidade de mais da metade do moradores das grandes cidades onde 5, 6, 8 pessoas se aglomeram em 45 metros quadrados…
As contas já estão nas nossas portas. E a pior parte será quando não tiver o que comer.
Aqui clamo por uma parcela importante e significativa da nossa sociedade: os criadores culturais.
É fundamental que as autoridades tomem consciência da gravidade da situação dos artistas, dos trabalhadores da arte e de todo o setor cultural para que se gere propostas alternativas.
Como o primeiro secretário da Cultura de Sorocaba, me sinto no direito de afirmar o óbvio: as trabalhadoras e trabalhadores da cultura, criadores de bens simbólicos, estão no seu limite.
Não nego a importância dos investimentos em saúde, mas a sobrevivência dos criadores culturais também merece atenção. É função do Estado gerar alternativas, planos emergenciais e ações de intervenção econômica na cultura para socorrer os trabalhadores em situação de vulnerabilidade. Ao menos seria. Vendo a pífia atuação de Regina Duarte, como líder do setor, me envergonho do que ela representa.
A cultura, que pode ser dividida em colegiados, setores, funções (músicos, escritores, dramaturgos, cenógrafos, iluminadores, sonoplastas, atores, atrizes, diretores, dançarinos, entre outras) merece uma mão para chegar à outra margem do rio. E meu clamor aqui é para despertar esse sentimentos em nossas lideranças.
Fico feliz quando vejo (quem consegue) pessoas amigas fazendo coisas pela internet, como meu amigo de infância, da rua Moreira Cabral, na Vila Santana, o cantor Eraldo, em sua transmissão ao vivo pelo facebook.
Fico emocionado quando recebo, via whatsapp, a nova edição de “Contos Quarentênicos” do contador de histórias Zé Bocca e o bluesman Marcos Boi e eles passam o chapéu virtual.
Tais exemplos me emocionam até mais do que os grandes shows, de artistas famosos, que ganham espaço na TV.
Meu clamor é porque nem todos os criadores de cultura (especialmente os que estão no trabalho de suporte técnico, como iluminadores, montadores, produtores) têm essa habilidade de fazer vídeo, de fazer arte pela rede, de simplesmente trabalhar.
Termino, como comecei: O momento é de planejar o futuro para que seja possível nos reinventarmos, mas antes temos que sobreviver. Está faltando política pública para o setor cultural.
Aqui clamo pelos criadores culturais
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