A troca do chefe da aldeia

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Em 1985, nas aulas de Filosofia da Comunicação com o professor JB, na Faculdade de Jornalismo da PUC, em Campinas, eu tinha 17 anos e me deslumbrava com o que eu aprendia: um mundo se descortinava para mim ao entender o que há na construção de um simples jornal.

E um dos conceitos que mais me impactaram foi o de Aldeia Global, termo cunhado pelo filósofo canadense Marshall McLuhan para explicar como as novas tecnologias (eletrônicas até a década de 90 e digitais depois disso) tendem a encurtar distâncias, ou seja, a reduzir o Planeta Terra à mesma situação que ocorre em uma aldeia: um mundo em que todos estariam, de certa forma, interligados.

Guardadas as proporções, isso é o que se verifica. E assim como numa aldeia, onde há um chefe, essa Aldeia Global também tem o seu “chefe”. Nos últimos 120 anos, esse “chefe” é o presidente dos Estados Unidos. Por isso a eleição presidencial daquele país suscita tanto interesse em qualquer lugar do mundo.

Em que pese o protagonismo assumido pela China na área econômica nos últimos 30 anos, isso ainda não se mostra capaz de conseguir deslocar a “chefia” da aldeia para o oriente.

O papel hegemônico segue sendo dos Estados Unidos no cenário mundial quando se fala em hegemonia militar; parcerias comerciais e da indústria cultural; esboços e tentativas de se obter algum controle sobre o clima.

Os quatro anos de Trump, como chefe da aldeia, embutiram novos paradigmas nas localidades mais distantes do Planeta com seu papel pedagógico: líderes, governos e um exército de pessoas que abandonaram o modo de vida de inclusão optando pelo da exclusão quando o assunto gira em torno do papel da sociedade na relação com o Estado em termos de Filosofia política; Política econômica: Gastos públicos; Aborto; Direitos dos homossexuais; Porte de Armas.

Mais quatro anos de Trump significarão uma tendência de que o restante do mundo siga a cartilha do seu “chefe”. Uma vitória de Biden, em tese, não na prática, significa uma retomada aos conceitos que prevaleceram antes da era Trump. No Brasil, por exemplo, se entende que uma vitória de Trump é indicativa de uma vitória de Bolsonaro em 2022 e uma vitória de Bind, a derrota de Bolsonaro.

Por fim, no cenário internacional, se aguarda uma mudança em cada localidade a partir da troca de comando do “chefe” da aldeia. A orientação reacionária de Trump é o que está em jogo. Uma derrota sua, significa a esperança para uma retomada de valores democráticos e humanistas, de colaboração, multicultural.

Por isso, o assunto principal em tempo real de qualquer site do mundo é o voto a voto do resultado da eleição presidencial.

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