Fim do mistério: BRT Oeste não será no canteiro central

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Acabou o mistério sobre a construção do Corredor Oeste do BRT, envolvendo as avenidas General Carneiro e Avenida Armando Pannunzio: o projeto original, que previa a corredores exclusivos para os ônibus no canteiro central das duas vias deixam de existir e eles seguirão transitando pela faixa da direita. Na prática significa que o Corredor Oeste do BRT não será mais igual ao que se vê nas avenidas Itavuvu e Ipanema e será como nas avenidas Antônio Carlos Cômitre e São Paulo.

Essa informação foi dada pelo secretário da Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico da Prefeitura de Sorocaba, Carlos Eduardo Paschoini, durante audiência pública para debater o tema na noite de quarta-feira na Câmara Municipal. A iniciativa da audiência partiu do presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e Parcerias da Câmara, vereador Ítalo Moreira.

A decisão, tomada pelo prefeito Rodrigo Manga, atende a um pedido de centenas de comerciantes das duas avenidas da Zona Oeste que reuniram mais de 11 mil assinaturas num abaixo-assinado onde afirmam que não são contra o BRT, mas contrários à construção dele no canteiro central das duas avenidas.

O anúncio da decisão da Prefeitura agradou aos empresários que não pouparam, em suas falas, elogios à decisão do prefeito Manga. Além de Paschoini, os outros secretários presentes, Darwin de Almeida (Serviços Públicos e Obras), Antônio Prieto (Meio Ambiente) e Sérgio Barreto (diretor da Urbes), enfatizaram que este governo ouve a população e procura atender às suas necessidades. Aspecto também destacado pelo vereador Ítalo Moreira: “Infelizmente, no caso da Itavuvu não houve um diálogo do poder público com a sociedade e muitos comerciantes faliram ou tiveram de demitir funcionários, prejudicando a geração de empregos e renda”.

Moradores e comerciantes

O empresário Sérgio Reze lembrou que tem 86 anos e que sua família, de origem libanesa, está em Sorocaba há mais de 100 anos, com uma empresa há 75 anos. “Felizmente, fomos ouvidos pela Câmara e pelo prefeito. Meu pedido é que continue assim e que não se tomem novas decisões que impactem a vida da cidade sem que essas decisões sejam discutidas previamente”, enfatizou.

O diretor do Tauste, Rogério Montolar, disse que participou do “sofrimento” dos comerciantes e prestadores de serviço da Avenida Itavuvu, com a construção do BRT: “Foram muitos comerciantes que fecharam as portas e não conseguiram se recuperar, pois recuperar venda não é nada fácil para nenhuma empresa. As empresas maiores sobrevieram, mas as pequenas, não. Nós sobreviemos, mas as vendas caíram, e tivemos pessoas que foram mandadas embora”, lamentou, enfatizando que os próprios moradores da Avenida General Carneiro estão apoiando as mudanças no BRT para que não se repita o que ocorreu na Itavuvu. O empresário José Maurício Andreta Júnior, do Grupo Andreta, também elogiou a realização da audiência e defendeu as mudanças que estão sendo propostas.

Vários outros comerciantes e moradores da região também se manifestaram pessoalmente ou virtualmente durante a audiência pública e seus questionamentos foram respondidos pelos secretários municipais presentes. Diante da preocupação de alguns usuários do transporte coletivo quanto às mudanças, os secretários garantiram que elas não irão prejudicar a qualidade e a rapidez que está sendo buscada com o BRT.

Projeto e obras

Com a decisão de fazer outro projeto nas avenidas General Carneiro e Armando Pannunzio, as obras do BRT ficam interrompidas até que a Prefeitura apresente um novo projeto para o local, o Ministério das Cidades concorde com esse novo projeto e a Caixa refaça o contrato de financiamento da obra. Quando isso tudo tiver sido resolvido legalmente, o BRT, que é concessionário do sistema, recebe o projeto e executa a obra do novo projeto. Até o momento, o novo projeto para o local não está disponível para consulta da população.

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