Elefante Sandro, pluralidade de vozes e interpretação

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A transferência do elefante Sandro do zoológico de Sorocaba para um espaço chamado Santuário no Mato Grosso me parecia uma decisão sábia das autoridades. Assim todos os veículos que abordaram o fato me fizeram crer. Ele estava há dois anos sozinho, desde que morreu sua parceira; o Ministério Público recomendou a transferência; o local para onde ele foi é “mais adequado”.

Mas por mero acaso surge na Linha do Tempo de meu Facebook a manifestação de uma moça dizendo absolutamente o contrário. Segundo ela, Sandro foi resgatado de um circo, onde estava desde bebê; teve a melhor vida que poderia ter no zoológico, ou seja, está absolutamente domesticado e ser jogado no Santuário vai lhe dar uma vida selvagem que ele nem faz ideia do que seja. Para ela, a transferência vai abreviar a vida de Sandro. Ou apressar sua morte.

Não vou discutir se a razão está com quem recomendou e quem fez a transferência ou com quem é contra e desejava ele no zoológico até seu fim. A questão é o que me disseram, ou seja, só um lado da história. E isso não se resume aos veículos de imprensa de Sorocaba, pois li o mesmo em um jornal de Cuiabá.

A pluralidade de vozes num mesmo veículo é necessária na democracia. Se isso acontece com o Sandro, imagine na política ou na economia (o Jornal Nacional da TV Globo defendeu a tese que a gasolina subiu por causa da guerra na Ucrânia… Só que a gasolina sobe de preço há 3 anos e a guerra tem 20 dias).

A ilustração acima explica bem do que é capaz uma edição: Na vida real, um homem foge de seu algoz; na mensagem, o homem que foge é transformado no agressor.

Não seja fanático… Mais do que nunca é preciso aprender a interpretar o que nos dizem.

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