Lollapalooza: Voto dos conservadores versus o dos progressistas

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No dia que em que apareceu em festa do PL em Brasília, ao lado de Fernando Collor e Valdemar da Costa Neto, Jair Bolsonaro autorizou seus advogados a pedirem na Justiça a proibição de que os cantores que se apresentam no Festival Lollapalooza em São Paulo se manifestassem, como já haviam feito no sábado, a favor de Lula.

Essa foi a maneira mais eficiente e eficaz que alguém poderia encontrar para que todos o portais de notícias do país propagassem essa intenção. Especialistas foram convocados para dizer se é censura. Simpatizantes de Lula, como se costuma ver na manada de Bolsonaro, disparam memes favoráveis à liberdade de expressão, contra a censura e por ai foi…

Num clique, num passe de mágica, o Lollapalooza virou Lulapaloosa.

Alguém em sã consciência, a essa altura do jogo, ainda acha que o Bolsonaro é apenas um idiota?

Com o avanço de intenção de voto nele, eu não.

A diversidade que faz parte do Festival Lollapalooza, Pablo Vitar talvez seja o ícone que melhor representa essa cultura, é algo que assombra os evangélicos, sim. Camada expressiva dessa comunidade começava a dar indícios de que migraria seu voto a Lula. E tudo o que Bolsonaro deseja é manter esse voto conservador. Do contrário, será uma derrota certa.

Lula, que não fez nada para aparecer no Lollapalooza, fez o que poderia fazer numa hora dessas: se manteve longe da polêmica. Deixou o embate para os artistas que desejam sua eleição e para Bolsonaro.

São sutilezas que definirão a eleição de outubro.

Bolsonaro sabe disso e tem demonstrado ser especialista em se dirigir aos eleitores conservadores.

Os progressistas não votarão em Bolsonaro nem no 1º e nem no 2º turno, mas eles não são em número suficientes para superar os votos conservadores. Para quem deseja ser eleito, é preciso saber lidar com as susceptibilidades dos conservadores. No Festival Lollapalooza, ficou claro que os progressistas não sabem.

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