A euforia que Lula provocou entre seus seguidores, eleitores e simpatizantes em razão de sua entrevista no Jornal Nacional, na noite desta quinta-feira, era previsível. Havia predisposição neste sentido e o comportamento dele, ou inteligência emocional, levou a esse clima.
Ao contrário da entrevista de Bolsonaro, na segunda-feira, aos mesmos entrevistadores, quando o presidente não perdeu votos, mas também não ganhou, Lula não perdeu votos, mas pode ter conquistado eleitores de Ciro. Não no 2° turno, mas já. Essa possibilidade é real no meu entendimento. Uma amiga, eleitora de Ciro, me disse: Lula disse tudo o que eu queria ouvir e de maneira serena. Sem vingança.
A interpretação dos bolsonaristas sobre essa entrevista foi diferente. Eles viram favorecimento dos entrevistadores a Lula. Viram apoio da Rede Globo. Viram que Globo e Lula estão mancomunados… Eu disse que não havia visto a entrevista a um amigo antiLula, que é inteligente. Indiganado, ele me falou: Não perguntaram dos 300 milhões que o Palocci denunciou que a Odebrecht deu a Lula… A conclusão a que chegaram os bolsonaristas sobre a entrevista revela o que vai ser caso Lula vença a eleição: Essa entrevista dá todo motivo para a gente, os antiLula, desconfiar da urna eletrônica. Mas como assim?, perguntei. E a resposta: a Dilma ganhou depois de um apagão nas urnas e quando voltou o Aécio que estava na frente…perdeu. Eu tentei rebater e ouvi: É preciso parar de achar que eles são certinhos… Insisti sobre onde havia relação entre a entrevista e a urna. E meu amigo antiLula, que está bolsonarista, encerrou o assunto. Me disse: Vai dormir. Eu, confesso, achei que o tom dele foi: Vai tomar no cu. Mas tenho certeza que ele falou vai dormir. E já era quase meia-noite. E fui mesmo.