Ando desconfortável na presença de pessoas com as quais eu convivi nas últimas décadas. Por alguma razão não me adaptei, como elas, ao momento histórico pelo qual estamos passando devido as ações do presidente da República.
A quem se pergunta, que ações? Elenco sete delas:
1. Ignorar a legislação, como fez no 7 de setembro;
2. Oficializar a corrupção com o orçamento secreto do Congresso;
3. Priorizar números da economia ao invés da economia da vida real;
4. Ser chulo;
5. Tratar as mulheres como seres inferiores mesmo quando ele acha que as está elogiando;
6. Propagar mentiras;
7. Desprezar a educação e a ciência…
A lista é maior. Mas não é preciso se estender nela.
O que me entristece é que 30% dos brasileiros considere tudo isso aceitável ou plausível. Enfim, que é um modo diferente, digamos assim, de ver o mundo. Não é.
Mas o que ainda me entristece mais é que 20% dos eleitores não saiba ainda o que fazer. São eleitores que não querem a reeleição do atual presidente e nem a volta do anterior.
Fui almoçar com um amigo liberal o que significa ele entender que o problema é do indivíduo que está danado da vida. Exclusivamente dele. E que o Estado ou governo qualquer não tem nada a ver com isso. Portanto, no atual contexto, ele vota em Bolsonaro. E ele tem convicção da reeleição do presidente por 3 motivos:
1. O PT tem 46% dos votos desde 2018, quando Haddad obteve esse patamar de votos ao perder para Bolsonaro. E Lula não passa desse índice em qualquer pesquisa realizada nos últimos três anos;
2. Os católicos do bem (sic) vão acompanhar os evangélicos;
3. O número de armas vendidas nos últimos três anos indica a quantidade de brasileiros fechados com a ideologia do presidente.
Confesso, passei mal. O relato do raciocínio do meu amigo exala uma tranquilidade proporcionalmente equivalente à minha angústia. Num mundo darwiniano, como o nosso, é preciso ter habilidade para se adaptar, mas para mim está cada dia mais difícil. Me sinto sozinho.