Fichamento n° 9

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“Hotéis”, romance do boliviano Maximiliano Barrientos, faz parte da coleção de literatura latino-americana “Otra Língua”, organizada por Joca Reiners Terron. 

O romance não tem a linearidade de uma história de começo, meio e fim. Parece mais um quadro em palavras como se fosse possível a linguagem visual, portanto icônica, ser também do código verbal. 

O leitor acompanha a aventura de Tero e Abigail, dois ex-atores de filmes pornô que se conheceram em cena, e Andréa, a filha de Abigail. 

Eles estão num carro sem destino. Não é à toa essa classificação. O livro remete o aficionado por cinema aos filmes road movie, inventado pela indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Além de imagens de “Sem Destino”, também me ocorreram cenas de “Bagdá Café” e “Paris, Texas”.

O leitor, em meio ao minimalismo descritivo das imagens que compõem o livro, acompanha os sonhos, frustrações e satisfações das três personagens.

Quando o dinheiro acaba, o equilíbrio da relação se despedaça.

É um pequeno livro, de apenas 120 páginas, mas nem por isso fácil de ler especialmente quando se busca um sentido cartesiano entre os capítulos. 

O leitor desavisado, certamente, desiste logo de seguir a leitura. É preciso gostar das sensações que cada personagem desperta para ir ao próximo hotel.

Não é dos meus livros preferidos, mas está longe de ser um que faria o sacrilégio de deixar a leitura no meio do caminho. Além do fato de ser o segundo autor boliviano que leio. O que não é pouco.

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