O deputado estadual Raul Marcelo apresentou um requerimento para que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados represente o deputado federal Jair Bolsonaro, perante o Conselho de Ética, por ele ter homenageado, no pronunciamento do último dia 17, o torturador Carlos Alberto Ustra responsável por crimes contra o povo brasileiro, durante o período da ditadura militar (1964/1985), incluindo o sorocabano Alexandre Vannucchi Leme, torturado e assassinado aos 22 anos.
Dado que um dos princípios fundamentais do Estado brasileiro é a dignidade da pessoa humana e, por conseqüência, a obrigação de prevenir e reprimir toda e qualquer forma de tortura, o pronunciamento de Bolsonaro atenta contra os princípios fundamentais do Estado democrático de direito preconizados pela Constituição Federal. Segundo Raul, apesar de os deputados terem inviolabilidade parlamentar por suas opiniões, palavras e votos, Bolsonaro abusou desse direito e defendeu valores opostos aos protegidos pela Constituição e por tratados formalizados pelo Brasil.
A contrapartida disso ficou por conta do estudante Davi Vieira, aluno da Faculdade de Medicina de Sorocaba, que organiza um ato pró-Bolsonaro no próximo domingo, dia 1º de maio, na praça do Canhão. Bolsonaro representa a radicalização em termos de sociedade ao pregar contra relações que não sejam heterossexuais e estimulando a instalação de um regime de exceção no Brasil. Isso sem contar essa homenagem inclassificável de um torturador.
A última pesquisa de intenção de votos indica que ele tem 8% do eleitorado para presidir o Brasil. Ou seja, é só espuma e barulho. Mas seguramente há 4 anos era 1% essa intenção de voto. Até onde vai parar esse convencimento da opinião pública?