A Prefeitura de Sorocaba fez a devolução do hospital da Santa Casa à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia deixando em aberto uma dívida de R$ 16,2 milhões referentes ao não pagamento de médicos, fornecedores, impostos e diferença de estoque referente ao período de 2014 a 2016.
Opa!
Esses R$ 16,2 milhões se referem aos 2 anos do período em que Prefeitura requisitou o hospital na gestão do prefeito Pannunzio. E não é uma daquelas informações do prefeito Crespo (hábito de sua primeira fase de governo), mas dado oficial dado em entrevista coletiva pelo auditor Maurílio Quintino Fonseca contratado pelo padre Flávio Jorge Miguel Júnior, diretor-presidente da Irmandade.
Somado a esse valor, existem outros R$ 50 milhões referentes à gestão de José Antônio Fasiaben, alvo de seis inquéritos na polícia sendo que ele, todos se lembram, chegou a ser preso.
Má gestão tucana
Durante a coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91.1Mhz) na manhã desta quarta-feira, onde falou sobre o momento de transição pelo qual passa a política sorocabana, o vereador Hudson Pessini teceu sérias críticas aos governos tucanos, em especial a ações do ex-prefeito Vitor Lippi e a omissões dos governos Lippi e Pannunzio.
Em relação ao governo Lippi, Pessini afirmou que foram milhões jogados fora na construção de bicicletários (R$ 900 mil cada), uma espécie de garagem de bicicletas que, segundo ele, se transformou em local de concentração de drogados e nunca, com exceções, cumpriu sua função. Também sobre Lippi, fez críticas à construção de 32 prédios que foram ocupados por unidades do Sabe Tudo e hoje estão abandonadas.
Em relação aos governos Lippi e Pannunzio, ele lembrou a má gestão do transporte público em Sorocaba, onde o caixa único (dinheiro da prefeitura, portanto de impostos) faz o subsídio das empresas e das empresas que estão ai, uma delas trocou o ônibus na última vez em 2003, durante o governo de Renato Amary, e quem nem Lippi e Pannunzio exigiram o cumprimento do contrato que prevê a renovação da frota para quem tenha direito ao que recebe de subsídio sendo, ambos, omissos a esse detalhe que tanto afeta os usuários.
Aparelhamento tucano
Também durante a coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91.1Mhz), porém na edição de terça-feira, quando questionei Kiko Pagliato (que está de volta ao jornal, mas durante o governo de Jaqueline Coutinho ocupou o cargo de secretário de Relações Institucionais) sobre sua briga com o também secretário João Leandro da Costa Filho (que durante o governo de Jaqueline ficou na pasta de Gabinete Central), ele explicou que se tratou de ocupação de espaço. Chegou a dizer que João Leandro estava aparelhando o segundo escalão do governo Jaqueline com tucanos. João Leandro entrou no ar e se disse surpreso com a fala de Kiko, disse que se sentia ingênuo uma vez que não sabia que havia brigado com Kiko no secretariado e disse que não levou ninguém para ser assessor dele na prefeitura, trabalhando com funcionários de carreira. Kiko reconheceu que o adjetivo aparelhamento era exagerado, mas confirmou que o alto conhecimento de João Leandro da máquina administrativa (ele foi o chefe de governo nos 4 anos da gestão do prefeito Pannunzio e candidato a prefeito tucano em 2016) permitiu que ele tivesse influência nas escolhas de nomes e isso gerou, sim, não briga, mas debate sobre a ocupação de espaço.
Foco no PSDB
Hudson Pessini, líder dos vereadores que cassaram o mandato do prefeito Crespo, e Kiko Pagliato, líder do governo de Jaqueline na relação com os vereadores, foram enfáticos em me dizer que não estão fazendo críticas a um partido. Mas críticas pontuais a atitudes de pessoas. Estou pouco me lixando se é partido A ou B, fui crítico do governo Crespo, fiz críticas a Renato Amary que me abriu as portas à política, não é possível que a gente não possa fazer críticas àquilo que entende como errado. Não tenho problema com pessoas ou partidos, mas com o que fizeram e com as consequências disso, explicou Hudson Pessini. Kiko foi na mesma linha de não ter problemas com partidos ou pessoas, mas de divergir num dado contexto, o que é normal na vida pública.
Foco em quem?
Evidentemente que sendo opositores aos tucanos, em que pese no governo de coalização terem estado todos juntos, fazer críticas a eles é normal. O governo de 42 dias de Jaqueline Coutinho amenizou essas diferenças, mas agora que prevalece o governo que esteve na campanha eleitoral também é natural que o foco de críticas recaia sobre o partido que durante 20 anos esteve no poder, como é o caso do PSDB, sem dúvida um partido forte em qualquer eleição.
Mas e da parte do PSDB, se coloca foco em quem para as críticas levando em conta as próximas eleições (para deputado em 2018), mas especialmente a de 2020? O prefeito Crespo, não é preciso pesquisa, é a liderança sem popularidade no momento (o que pode ser perfeitamente revertido dependendo do que fizer nos próximos 3 anos) assim, como também não é preciso pesquisa para perceber que Jaqueline Coutinho é a mais popular política sorocabana do momento. A lógica diz que quem mais ameaça é quem tem mais popularidade e deve apanhar. Porém como bater num governo do qual fez parte?
Na falta de opção, como demonstra a enxurrada de meme surgida contra Crespo desde sua volta e compartilhada de forma maciça por tucanos, vão focar no prefeito. Mas é certo que estão de olho na vice também.