Entre as dezenas de polêmicas criadas e alimentadas pelo prefeito Crespo, em torno dele próprio, na primeira fase do seu governo – aquela anterior ao período de 42 dias em que ficou com o mandato cassado –, uma delas diz respeito a escolha de um caucasiano (pessoa de pele branca que especialmente apresentam descendência europeia) para ocupar a Coordenadoria de Igualdade Racial, criada em 2013 e que desde então teve um negro no comando.
Mais do que isso, o prefeito chegou a afirmar que a pessoa escolhida por ele à época (Maurício Barisson) sofria “preconceito por ser caucasiano. Colocar um negro, apenas por ser negro, é preconceito contra outras raças. […] Isso é um pensamento retrógrado. Lamento, mas repudio esse preconceito contra os caucasianos. Parem de ‘firula’, ‘marola’, pois não passa de preconceito esse tipo de discurso. É uma vergonha alguém defender cotas raciais”, afirmou Crespo após a presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra de Sorocaba, Kátia Campos, e Maria Teresa Ferreira, representante da sociedade civil dentro do Conselho, terem externado a indignação em torno da escolha do prefeito e, especialmente, em torno da afirmação dele de que havia preconceito dos negros.
A Coordenadoria da Igualdade Racial, em Sorocaba, é tida como uma conquista do movimento negro no âmbito social e a escolha de alguém desse meio é importante por estarem por dentro das necessidades de quem sofre preconceito.
Novo nome
O secretário da Igualdade e Assistência Social, Alexandre Hugo de Morais, para evitar a mesma polêmica da primeira fase do governo e, especialmente, compreendendo os anseios e articulações dos movimentos negro da cidade, escolheu para ocupar a Coordenadoria de Igualdade Racial a professora Joana Darc Almeida, professora da rede municipal de educação e e que estava como Supervisora de Ensino até ser escolhida, fato que ficou conhecido na tarde de segunda-feira passada.