Pacientes internados nos corredores, leitos vazios, falta de material humano e hospitalar, como seringas, remédios e até algodão estéril para fazer assepsia – que está sendo substituído pelo algodão de tala de gesso.
Esses são apenas alguns dos problemas constatados por uma comissão de vereadores que realizou uma fiscalização surpresa no Conjunto Hospitalar em Sorocaba (CHS), na manhã desta sexta-feira passada.
Como consequência imediata, a comissão de vereadores vai elaborar um relatório para o Ministério Público, e como consequência posterior o presidente da Câmara, Rodrigo Manga, decidiu convocar uma sessão extraordinária durante o recesso parlamentar para que seja criada uma Comissão parlamentar de Inquérito (CPI), que irá convocar autoridades responsáveis pela gestão do CHS.
Os problemas flagrados agora pela comissão de vereadores são realidade há décadas no CHS e já foram alvo de investigação e denúncia do deputado Raul Marcelo (PSOL) e do ex-deputado Hamilton Pereira (PT).
Então o que levou o presidente da Câmara, Rodrigo Manga (DEM), e os vereadores Dr. Hélio Brasileiro (PMDB), José Francisco Martinez (PSDB), Renan Santos (PCdoB), Hudson Pessini (PMDB), Silvano Júnior (PV), Fernanda Garcia (PSOL), Pastor Apolo (PSB), Fausto Peres (Podemos) e Vitão do Cachorrão (PMDB), além de assessores de outros parlamentares, a realizar agora essa visita surpresa ao CHS?
São algumas respostas:
- A desastrosa visita que a diretora do CHS fez aos vereadores na semana passada insistindo em afirmar que não havia problemas e se recusando a pedir ajuda.
- A atitude do secretário de Estado da Saúde que “enrolou” mais uma vez, há poucos dias, autoridades sorocabanas (vereadores e deputados que foram até ele em São Paulo) dando a ele agora, dezembro de 2017, a mesma resposta como solução para problema apresentados a ele em 2015
- A independência dessa Legislatura na Câmara de Vereadores em relação ao chefe do executivo. Ou seja, o PSDB ficou 20 anos na Prefeitura de Sorocaba o mesmo período em que o PSDB está à frente do governo. Com a entrada do DEM os atuais legisladores agem com mais independência.
- A pressão dos funcionários do CHS que estão em situação limite de insatisfação com o comando do complexo a ponto de não temer mais expor e dar provas do que acontece lá dentro mesmo correndo o risco de virem a ser identificados.
- A oportunidade que os vereadores enxergam de mostrar ao cidadão que está ao lado dele e quer resolver o problema.
FOTO: No Hospital Leonor Mendes de Barros o que mais chamou a atenção dos visitantes surpresa foi o setor de hemodiálise, onde as poltronas continuam rasgadas, com espuma à mostra, apesar da promessa de substituição imediata dessas poltronas feita pelo secretário estadual da Saúde, David Uip, durante reunião com vereadores e deputados na capital, na semana passada. Mesma promessa que havia sido feita em 2015