Quando Luiz Leite era o candidato a prefeito em 2005, havia desconfiança se ele seria eleito. Ele era técnico e não político.
Havia a predileção entre os aliados do seu partido à época pela candidatura do então vice da chapa, Vitor Lippi, por sua empatia política de se envolver com os eleitores com um largo sorriso. Luiz e Lippi eram secretários de Renato Amary e haviam sido de Pannunzio, os dois caciques tucanos.
Quando a pré-campanha estava em ritmo acelerado, veio a surpresa: Um pedido de impugnação da candidatura de Luiz Leite. Diante do fato e da percepção de seus pares, antes da decisão da justiça, que acabou lhe sendo favorável, Luiz desistiu e assim abriu caminho para Lippi que até hoje vem sendo reeleito nos últimos 17 anos.
Me lembrei disso tudo ao ver os novos números do DataFolha sobre a intenção de voto para governador de São Paulo. Rodrigo Garcia subiu ainda mais e já está tecnicamente empatado com o bolsonarista Tarcísio em segundo lugar, ambos atrás do petista Haddad.
Evidentemente que há muito do empenho e da campanha de Rodrigo Garcia para essa arrancada. Mas também há uma boa força de seus adversários.
Ando meio surdo (no sentido literal, mesmo), e bastante desisteressado da campanha. Mas no rádio do carro é quase impossível ignorar as inserções da campanha. Há uns dias ouvi uma que dizia algo assim: O candidato Rodrigo Garcia diz que não é de direita, mas não é bem assim. Você lembra que ele era malufista… Você lembra que ele era do Dória…
A intenção (não captei se era propaganda de Haddad ou Tarcísio) era prejudicar Rodrigo Garcia, assim como em 2005 o pedido de impugnação da candidatura de Luiz era prejudicar o candidato da sucessão de Renato Amary. Mas o resultado agora, como em 2005, é outro.
Ficaria ruim para Garcia, ele próprio, se atrelar a alguém. Mas quando outro qualquer faz isso, fica bom.
Os malufistas, que estavam órfãos de candidato, já que Haddad tem vida própria e é aliado de Lula e Tarcísio, que não tem vida própria, é aliado de Bolsonaro, encontram em Rodrigo Garcia um candidato confiável. Mas há tantos malufistas assim? Há. Assim como há muitos que reconhecem Dória como o pai da vacina contra a Covid.
Tenho um amigo que sentenciou que o próximo governador será quem passar ao 2° turno com Haddad, esse tem seu lugar garantido lá. Para ele, o voto conservador do paulista não vai fazer de um petista o governador de São Paulo. É um raciocínio lógico levando em conta o histórico dos votos no Estado. Mas, claro, o 2º turno é uma nova eleição.