Ano novo começa hoje

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Hoje terminam as doze noites santas entre o Natal e o Dia de Reis. E assim começa o ano novo. 

Essas datas, com exceção do Natal, apropriado pelo marketing para impulsionar o comércio, perderam o seu significado ao longo das últimas décadas. É quase impossível encontrar alguém que saiba associar a história da humanidade com os fatos envolvidos no processo do cristianismo.

Está em curso um processo de nova modelização da cultura com a elaboração de convencionalidades (regras), conversões (representações), probabilidades (seleção e combinação) e tradução (explicitação) de uma memória coletiva moldada por novas lideranças religiosas, políticas e que começam a chegar ao judiciário. 

Não é possível prever onde vai chegar a sociedade, não existe bola de cristal. Mas, sim, é possível perceber que a mudança está em curso.

Há uma expressão, creditada aos romenos, que diz assim: “O trem parte e quem não salta para nele embarcar, cai debaixo de suas rodas”. Um novo trem partiu com o compromisso de “formar novos homens”, para citar uma recomendação de Marx, sim, aquele, o próprio. 

Quem é esse novo homem? Não sei, mas não é animador os indícios de quem possa vir a ser. Sábado à noite, eu fazia hora na padaria e observava quem entrava e saia. Então, me concentro num casal na faixa dos 35 anos e o filho de 7 anos. Meu achômetro estipulam essas idades.

O pai pede para um funcionário da padaria providenciar um banco ao filho para ele se acomodar. As mesinhas são altas e para adultos comerem em pé. A mãe vai ao balcão e volta com uma coxinha. E a mãe usa garfinho e faca plástica, descartáveis, e diz: Filho, a mamãe vai tirar o verdinho do recheio. E a mãe exclama, cheia de entusiasmo: Olha filho, aquela parte que você gosta bastante. A mãe dava pedaços da coxinha na ponta do garfo na boca da criança de 7 anos. Não, o menino não tinha nenhum retardo, nenhuma doença. Ele era apenas o “boneco” daquele casal. O brinquedo de pais que foram assim criados. Aquele menino de 7 anos é o novo homem, de que ele será capaz?

Há uma multidão, de novos homens, que dizem ao final de qualquer encontro, mesmo o mais casual deles, Deus abençoe! Algo que diz mais respeito a quem a pronuncia. Parece que não é mais pecado usar o nome de Deus em vão.

Começo 2025 bastante desconfiado.

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