Argumento de escolha técnica não cola, após Jaqueline nomear político do PT

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Paulo Henrique Soranz, ex-presidente do diretório municipal do PT, candidato derrotado pelo PT à Câmara de Vereadores de Sorocaba, ex-assessor do deputado estadual do PT, Hamilton Pereira, e ex-assessor do vereador do PT, França, foi nomeado para o cargo secretária de Igualdade e Assistência Social pela prefeita Jaqueline Coutinho no lugar de Jeferson Calixto.

Soranz foi indicação do PT – junto de Glauber Piva na Cultura – em 2017 quando Jaqueline esteve à frente da Prefeitura de Sorocaba durante o período da primeira cassação de Crespo.

Mas, dessa vez, Paulo Henrique usou sua página de Facebook para negar que essa escolha tenha sido indicação partidária, mas apenas uma escolha pessoal da prefeita.

Não é bem assim.

Primeiramente, basta comparar duas Notas Oficiais emitidas pela Prefeitura de Sorocaba quando da nomeação de secretários.

Na primeira, quando anunciou que o “empresário e jornalista Francisco Pagliato Neto é o novo secretário de Gabinete Central da Prefeitura de Sorocaba (…)” frisou que “a prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho (…) destacou que sua decisão levou em consideração o critério técnico para a escolha do novo secretário: Nosso secretariado se baseia eminentemente em critérios técnicos (…)”.

Na segunda, diz o texto: “A prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho, anunciou há pouco a troca no comando da Secretaria de Igualdade e Assistência Social (Sias). Para o lugar de Jeferson Calixto foi nomeado o advogado Paulo Henrique Soranz.  A mudança foi publicada na edição desta terça-feira (20) no Jornal do Município de Sorocaba”.

Ou seja, no anúncio de Paulo Henrique não há nenhuma observação sobre o critério técnico como houve no de Francisco Pagliato Neto.

PT negociava cargo

Abaixo relato trechos de uma conversa com um amigo com fortes ligações com o comando do governo Jaqueline Coutinho.

Nesse diálogo, os leitores poderão observar, ele me informa que nessa semana haveria um petista no governo. E como eu não cheguei a publicar (iria fazer isso, mas a nomeação saiu antes da minha publicação), ele ainda zombou da minha decisão.

Acompanhem:

Minha fonte: Essa semana tem PT no governo.

Deda Benette: Sério? Qual nome? Glauber?

Minha fonte: Não. O nome está em “off”

Deda Benette: Mas é cultura mesmo?

Minha fonte: Também não.

Deda Benette: Ué…

Minha fonte: O que você pode dizer é que a Iara tem sido vista com muita frequência com o Martinez.

Deda Benette: Rsss

Minha fonte: Não dá pra falar o nome. Porque e se eles mudam? O cara acorda sem a cadeira, como já aconteceu muitas vezes…

Deda Benette: Entendi.

Minha fonte: O que você pode publicar é que há fortes indícios. Isso é real. É secretária sem grande peso orçamentário pode ser Igualdade e Assistência Social, Cultura, Comunicação…

Deda Benette: Ok. Beleza. Mas a Iara já disse que o PT não vai fazer parte do governo Jaqueline.

Minha fonte: Quando? E onde?

Deda Benette: Um outro amigo ligado ao governo me disse.

Minha fonte: Kkkk. Mentiu para você. Iara não sai do gabinete do Martinez. Agora talvez seu amigo tenha razão, o PT não vai fazer parte do governo Jaqueline porque já está fazendo!!! Kkkk

Deda Benette: Rsss

Minha fonte: Pode cravar.

Deda Benette: Ok.

Minha fonte: Eu só não posso dizer quem vai para o cara não perder a vaga ou, eles mudando, o jornalista cair em descrédito. Colocar fortes indícios fica bastante hipotético e contemplativo…

Deda Benette: Beleza.

Após a nomeação, minha fonte disse: Você não botou fé, morreu com o furo na gaveta…

 

Íntegra da postagem de Paulo Henrique

Amig@s, há algo que preciso compartilhar.

Minha vida profissional e a militância humanista sempre se misturaram. Em geral, entre uma outra, minha opção partidária (que nunca omiti, pelo PT) sempre foi o elo de ligação.

Desde o mês de Abril também trabalhei com o Vereador Francisco França, a quem aprendi a admirar ainda mais neste pouco tempo de convívio pelo comprometimento com quem o elegeu e pela impressionante capacidade de liderança e mobilização, algo raríssimo nos dias de hoje.

Há alguns dias recebi o honroso convite da Prefeita Jaqueline Liliam Barcellos Coutinho para voltar a integrar seu governo. Desta vez não como indicação partidária, como da anterior, mas como escolha pessoal da Prefeita, amparada em opinião de técnicos da Secretaria de Igualdade e Assistência Social.

Confesso que aceitar o convite desta vez não foi tão simples. Saber que o escritório já está maduro e caminhando bem sem minha presença diária, assim como que a minha maneira continuarei contribuindo nas lutas de sempre, são fatores fundamentais pra que à partir de amanhã eu assuma esse novo desafio.

Apreensivo pelo tamanho, consciente de que é uma decisão que não agrada a muitos de meus amigos, feliz e honrado pela oportunidade que mais uma vez me é proporcionada pela Prefeita Jaqueline e pela equipe da SIAS. É com essa mistura de sentimentos que volto pra lá amanhã.

Então, bora lá.

Críticas nas redes sociais

A tentativa de comunicar que a escolha de Paulo Henrique não é indicação do PT não colou. Nas redes sociais me surpreendeu a quantidade de pessoas se manifestando com expressões desabonadoras a escolha de Paulo Henrique: Esquerda no comando… é o que de mais educado li.

Eu não posso dizer que sou amigo de Paulo Henrique, pois amigo é algo referente a uma intimidade que não tenho com ele. Mas somos colegas, frequentamos o mesmo clube, a mesma piscina, e torcemos para os mesmos times (São Bento e Palmeiras). Embora não compactue com a rigidez de normas e ações de seu partido, é certo que a visão humanista e social da sociedade me une a Paulo Henrique.

Digo isso tudo pois as críticas tentam reduzir o novo secretário de Igualdade e Assistência Social ao partido que ele escolheu pertencer deixando de lado os seus atributos pessoais, técnicos e profissionais. Uma pena, um governo, seja ele qual for, deveria, sempre, estar acima das diferenças ideológicas.

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