Os 20 vereadores da Câmara Municipal de Sorocaba vão votar na próxima quarta-feira o relatório da Comissão Processante que investiga a vice-prefeita Jaqueline Coutinho que, por unanimidade, recomenda que ela tenha seu mandato cassado.
Entre esses 20 vereadores está Hudson Pessini que, como é de conhecimento e domínio público, é namorado da vice-prefeita.
Assim, vejamos as hipóteses:
1) Se Hudson se declarar impedido de votar devido a esse relacionamento íntimo e pessoal com a vice, ele contaminará todo o trabalho que faz como relator da Comissão Processante que investiga o prefeito Crespo, afinal a saída do prefeito beneficia a vice, ou seja, seu trabalho passará a ser visto como contaminado por interesse pessoal.
2) Se Hudson decidir votar pela absolvição, ou seja, por manter a vice no cargo, igualmente será interpretado como um voto de interesse pessoal, ou seja, sua atitude beneficia a vice e contaminará seu voto, ou relatório, no caso da cassação do prefeito.
3) Se Hudson decidir acompanhar os membros da Comissão Processante, cassando o mandato da sua namorada, argumentando que uma coisa (política) e relacionamento íntimo e pessoal (namoro) outra, certamente ele estará colocando um fim ao seu relacionamento. Bom, imagino que uma namorada não queira ficar com um namorado que não acredite nela que, reiteradamente, se diz inocente. Isso, sem dizer, o problema que vai arrumar com a sogra, dona Neide, mãe da vice, que usa o Facebook para se manifestar sobre acordos e decisões políticas desde o início desse governo.
Por isso, minha interpretação é de que o voto, ou comportamento, de Hudson na próxima quarta-feira, poderá livrar Crespo da cassação.
FOTO: Jaqueline Coutinho é clicada ao lado do vereador Hudson Pessini no momento em que ela entrou na Prefeitura para o seu primeiro dia como prefeita em 2017