O ritmo de trabalho das duas Comissões Processantes em curso na Câmara de Vereadores, uma contra o prefeito Crespo e outra contra a vice Jaqueline Coutinho, que em última análise poderá tirar o mandato de cada um, está absolutamente diferente.
Enquanto a Comissão da vice não encontra problema para notificar testemunhas e agendar as oitivas, a Comissão Processante que apura a denúncia contra o prefeito se vê num labirinto de endereços, cidades e datas conforme estipula a legislação.
A expectativa, portanto, de que o plenário votasse numa única sessão o relatório de cada uma das comissões, me parece, está cada vez mais distante.
Assim, o prazo de julho, por exemplo, poderá ficar para agosto, depois do recesso.
Sendo a da vice votada primeiro, qual a consequência direta disso? O resultado será um termômetro bem real sobre o que esperar que a Câmara vai fazer com o prefeito. Se a vice seguir em seu mandato, entendo que será um indicativo de que o prefeito vai perder o seu para ela. Se a vice for tirada do seu mandato, entendo que será um indicativo de que o prefeito vai perder o seu para o presidente da Câmara. E tais indicativos, na minha compreensão, poderá levar vereadores convictos de votar pela cassação do prefeito a mudarem o seu voto. Há três tendências claras entre os vereadores: 1) A maioria quer cassar o prefeito; 2) Uma minoria, que pode chegar a 7 votos, quer a vice como prefeita; 3) Se for o Dini eu voto pela cassação, mas se for para a Jaqueline ficar no cargo, prefiro que siga o Crespo e não vou cassá-lo.
Resumo: não é à toa que o prefeito está dificultando que a Comissão Processante que analisa seu caso esteja bem mais letárgica do que a que analisa a da vice.
FOTO: A imagem que ilustra esta postagem é do programa Resenha Política que foi ao ar, ao vivo, na manhã de hoje na Rádio Câmara (transmitido pelo Facebook). Sob comando de Rodrigo Alcântara e participações dos jornalistas Fernando Negrão, Santinon e minha, falamos sobre variados temas, um deles a cassação do prefeito.