O caminho para chegar ao Legislativo é bastante conhecido. É como uma picada na mata, ou seja, o local onde os nativos passavam e o chão fica marcado. Quem veio depois, caminhou no mesmo caminho.
Não há exagero nessa realidade. Veja o centro de Sorocaba, por exemplo. As ruas todas, as atuais, neste século 21, foram marcadas pelas mulas trazidas do sul pelos tropeiros, no século 18. As edificações, como casas, ruas, pontes…, estão hoje nas picadas que começaram a ser abertas 370 anos atrás.
Caminhar pelo caminho já caminhado é a certeza de chegar aonde se deseja.
O caminho ao Legislativo também tem sua marca no chão. Neste caso, caminho e chão são metáforas, obviamente. Mas são muito reais.
Igrejas fecham acordo em torno de seus pastores; sindicatos, a mesma coisa; pessoas que ajudam em ONG, Sociedade Amigo de Bairro, Pastoral… a mesma coisa. Cada machadada sai uma minhoca, ops, um voto.
Uma lista de endereços de pessoas que foram ajudadas, em algum momento, é o ponto de partida. Chega o período da campanha e o candidato vai até lá, bate na porta, pergunta como vai… Pura conversa mole, mas de persuasão. A “conversa” só acaba quando o visitado entendeu que deve um favor e é o momento de pagar. Por isso, quase sempre, 90% ou mais dos vereadores são reeleitos três, quatro, cinco… sete vezes. 60% a mesma pessoa e 35% o mesmo perfil. Com sucesso, 5% são realmente pessoas novas, de perfil igualmente novo que conseguem furar essa bolha.
Essa repetição será eterna enquanto o eleitor ignorar, como sempre ignorou e segue ignorando, o que um vereador faz. A ignorância é fruto da preguiça, essa é a verdade. Fruto da falta de ambição. Fruto da acomodação.
O Brasil criou uma rede de proteção social das mais bem sucedidas do planeta: Médico, Hospital, Dentista, Escola, Aposentadoria oferecidos pelo Estado com o dinheiro dos impostos.
Tem o 13° Salário, Férias Remuneradas, Atestado médico que abona dia faltado no serviço do trabalhador, fruto de leis.
Há, ainda, o funcionário público, esse ser privilegiadíssimo em especial em momentos de crise econômica.
Mesmo neste ambiente, milhões de brasileiros não conseguem se estabelecer e são amparadas pelo Estado via o Bolsa Família, pela moradia subsidiada (quando não gratuita), por passagem de ônibus, água e esgoto encanados e outros tipos de atividades totalmente subsidiadas.
Mesmo assim, querem mais. E é nesta época que vão à forra. Pedem e são atendidos. São atendidos e retribuem votando neste tipo de candidato que dá o que lhe pedem. Um círculo vicioso. Meu faro diz que nada vai mudar nesta eleição o que significa que nem na outra porque quem ganha agora (vereador) está sendo ajudado por candidatos (deputado) que vão cobrar a reciprocidade da ajuda daqui dois anos.
Se estou desanimado? Não. Conformado? Não. Sinceramente creio ser possível reunir votos de eleitores que desejam um cidadão que se sustente. Que tenha brio. Levar essa mensagem ao palco do Legislativo, elevando a qualidade do debate, é minha intenção ao desejar ser eleito vereador. Conto com você. Venha junto mudar a história. Para isso, além de votar em mim, também me arrume votos com amigos, parentes, vizinhos… Meu número é 40.040.