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Quando me mudei para a casa onde ainda moro, há doze anos, a Greta, o gato do apartamento que vivia até a mudança, veio junto. Na nova casa, ele durou pouco. Uma manhã, acordei com ele destroçado no quintal e me lembrei dos latidos insistentes da madrugada. Apenas imaginei o pânico da Greta, indefesa, sendo atacada.

Além de cachorro, outros bichos entravam na área do quintal. Uns bem assustadores como uma espécie de calango gigante (já me disseram o nome dele, mas nunca guardo) ou dinossauro anão. É instigante.

Então fiz o óbvio: Cerquei o terreno. 

Há alguns anos, então, Violino, um novo gato, e Otávio, um bordier coller, ainda filhotes vieram para cá por desejo da minha então única neta naquele momento.

Eles são amigos. Convivem no mesmo espaço. Brincam juntos. Não se agridem.

Há uns dois anos apareceu outro gato em casa. Ele recebeu o nome de Nicolau e um dia se foi, do mesmo jeito que apareceu, em silêncio, foi embora sem deixar vestígios, apenas saudade.

Há um outro gato pelas redondezas da casa. Um gato gigante se comparado com o Violino. Preto e branco, astuto, olhar agudo. É assustador e arisco. Um movimento mais brusco e ele sai em disparada. Ele sobe muro, cerca, telhado com uma velocidade e destreza impressionantes.

No sábado, no quintal escuro, iluminado pela lua, quando eu levava comida ao Otávio, na sua casinha (que é uma mansão, até um adulto cabe nela), deparo com ele e Violino acuados. O gatão os intimidava. 

Instiguei: Pega ele Otávio. E o Otávio reticente me olhava como quem diz: Tem certeza? Eu gritei: Vai. E o Otávio foi para cima do gatão invasor. O gatão não arredou e deu um miado, não, um grito é o que ele deu, que gelou a alma. A minha, que fiquei estático, e a do Otávio que deu meia volta. O gatão correu em direção ao Otávio que fugiu sem ser alcançado pelo gatão. 

Que desaforo! Botei a comida do Otávio no pote e voltei pra encarar o gatão. Ele me olhava de longe. Eu olhei para o Otávio e lhe disse: Você é um banana, fugiu de um gato. Ele me encarou e latiu. Deve ter me dado algum argumento para ter corrido.

Talvez o Otávio quisesse me lembrar que era o Dia Nacional do Gato, o fia 17 de fevereiro.

Talvez. Rsss.. 

O Dia Nacional do Gato é na Itália e foi escolhido através de uma pesquisa entre os leitores da revista “TuttoGatto”, conduzida pela jornalista, Claudia Angeletti, leio na página do Facebook do Observatório dos livros (https://www.osservatoriolibri.com/).

A escolha de 17 de fevereiro não foi aleatória. Segundo uma velha crença, fevereiro é o mês dos gatos em razão de ser o mês de Aquário, associado ao signo do zodíaco dos espíritos livres, uma característica que é frequentemente associada a estes felinos. O gatão preto e branco que anda aqui por casa que o diga… No Brasil, o dia 17 de fevereiro também é o Dia do Gato. Na Argentina, dia 20 de fevereiro. No Japão, 22 de fevereiro. Em Portugal, dia 8 de agosto.

Na imagem que ilustra esta postagem, que peguei de publicação na Internet, está um cartoon de Massimo Cavezzali (Ravenna, Itália 1950 – Florença 2023).

“Deus… Por que você criou o gato?

Eu não o criei. Encontrei-o aqui no Terra. Não sei de onde ele veio”!

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