A Câmara de Vereadores de Sorocaba é formada por 20 vereadores sendo que 4 deles são declaradamente de ideologia de esquerda (2 do PT, 1 PC do B e 1 PSOL) e estão abertamente declarando seus votos a Haddad no 2º turno das eleições presidenciais.
Os outros 16 vereadores, que estão em partidos mais à direita no espectro ideológico, estão divididos, sendo que 8 deles já estão fechados em votar para Bolsonaro: Rodrigo Manga (DEM), que no 1º turno recebeu Eduardo Bolsonaro em Sorocaba, Luís Santos (Pros), Rafael Militão (MDB), Fausto Peres (Podemos), Pastor Apolo (PSB), Hudson Pessini (MDB), Wanderlei Diogo (PRP) e Anselmo Neto (PSDB).
Dos 8 vereadores restantes, 6 deles estão indecisos entre não votar em ninguém ou apoiar Bolsonaro. Não existe a chance de que algum deles escolha o candidato do PT. São: Martinez e João Donizeti (ambos PSDB) Péricles Régis, Vitão do Cachorrão e Fernando Dini (todos do MDB) e Irineu Toledo (PRB).
Fechando o conjunto dos 20 vereadores, dois deles informam que o voto é secreto e não dizem para quem vão votar: Hélio Brasileiro (MDB) e Silvano Jr. (PV).
Discussão ideológica
Na sessão do dia 18 de setembro, o vereador Militão – favorável a Bolsonaro – fez votos em favor da recuperação de Bolsonaro (que naquele dia ainda internado devido a facada) e Fernanda Garcia – que é de Haddad – criticou o general Mourão, vice na chapa de Bolsonaro, por sua fala de que famílias dissociadas, “sem pai e avô”, seriam responsáveis pelo aumento no número de criminosos no país. Segundo a vereadora, a fala tem cunho machista e desrespeita as mulheres.
Mais adiante, na mesma sessão de setembro, durante sua manifestação, Irineu (que diz estar indeciso no momento) afirmou que “não vai votar em ninguém para presidente” e citou partidos envolvidos em corrupção. A vereadora Iara Bernardi (que é Haddad) não recebeu bem a crítica e chamou o vereador de irresponsável por anular o voto. Ele rebateu e seguiu afirmando que nenhum candidato hoje o representa.
Reflexo da sociedade
Se há uma casa que se aproxima bem do que pensa a sociedade, essa é a Legislativa e de todos os âmbitos. Por isso, ver quem – do ponto de vista ideológico – compõe uma Câmara, Assembléia ou Congresso Nacional é se olhar no espelho.