Estratégia do presidente é boa, mas faltou eficiência para ele

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O presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa da reforma da Previdência em entrevista ao apresentador Sílvio Santos, ícone da televisão brasileira, do SBT, transmitida na noite de domingo (5 de maio). Ao comentar sobre a proposta, Bolsonaro buscou destacar que os principais objetivos são “ajudar os pobres” e “garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário para que futuras gerações tenham suas aposentadorias garantidas: Deixo bem claro que essa reforma é para ajudar os pobres, é exatamente o contrário do que alguns políticos de esquerda vêm falando”, declarou.

Bolsonaro também disse que a reforma da Previdência “é a forma de regularizar a situação financeira dos governos, que gasta mais com aposentadorias do que recebe de contribuições. A Previdência não é só para o governo federal, a maioria dos estados está em situação crítica, a maior parte dos municípios está na mesma situação”, ressaltou.

Eficiência questionável

Talvez não exista no Brasil jeito de chegar tão perto do chamado povo (aqueles de classes C, D e E) do que a televisão e, em especial, programas de auditório como é o caso de Sílvio Santos. Bolsonaro estava em terreno aliado, tinha à sua disposição um clima favorável a dizer o que o mercado tanto quer: apoio popular para a Reforma da Previdência. Ou seja, foi a estratégia perfeita.

Não sei de pesquisa que tenha avaliado a eficiência da atitude do presidente. Mas sei o que vi e presenciei na manhã de hoje na sala de espera de uma clínica médica: Um senhor, assíduo telespectador do Programa Sílvio Santos, virou-se para um outro, esse na casa dos 55 anos, e perguntou se ele tinha visto o Bolsonaro no Sílvio Santos. Ele disse que sim, mas mudou de canal porque ele “só falava da previdência e não entendi nada”. O senhor que fez a pergunta resolveu jogar a culpa do apresentador: O Sílvio Santos está gagá. Também não entendi nada. Ele precisa falar melhor. Não sei o que ele quer fazer.

Bom, é um exemplar do povo que disse que o presidente precisa fala melhor. Isso, em minha opinião, legitima a crítica a ele. Um senhor que deixou claro ter votado em Bolsonaro, não faz a menor idéia do que sejam as “trapalhadas” dos seus três filhos e nem lhe soa familiar o nome Olavo de Carvalho (o guru do presidente).

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