Homenagem à Betinha

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Não sei o que senti quando soube da morte da rainha na tarde de quinta-feira. Mas fiquei impressionado com a força desse acontecimento. 

Todos os grupos de WhatsApp compartilharam alguma coisa a respeito. 

Tiveram piadas sobre a longeva não ter visto o Mundial do Palmeiras ou de seu filho, aos 73 anos, ter de começar a trabalhar nessa idade e numa sexta-feira.

Tiveram relatos pessoais de quem algum dia, nos seus 70 anos de reinado, teve contato com ela. O que mais gostei foi do meu professor na Faculdade de Jornalismo, Luiz Roberto Saviani Reis. Em 1954, aos 18 anos, ele se enrolou num tecido azul e vermelho e correu atrás do carro da rainha Elizabeth quando ela visitou o Instituto Agronômico de Campinas, com um disco dos Beatles nas mãos.

Meu primeiro contato com a rainha se deu quando eu tinha 7 ou 8 anos, em 1974 ou 75. Minha tia Zizinha (irmã da minha mãe) e meu tio Gregório vieram visitar meus pais e lhe deram de presente uma bandeja de lata pintada com o rosto da rainha. Não era o tipo de presente que agradava meus pais. Me parece, olhando hoje para aquele momento, algo do tipo estive lá (no caso em Londres) e me lembrei de você. 

Mas hoje, no dia seguinte da morte da rainha, eu sei o que senti. E só soube por empatia a um amigo que em meio a todo alvoroço com essa morte postou em sua página de Facebook a frase: As Malvinas são da Argentina. Eu fui por uma década, em minhas férias, para Buenos Aires. É uma cidade importante pra mim. Em 1978, a Inglaterra iniciou uma guerra para se apropriar das Malvinas. A história mostra o uso da força da Inglaterra para colonizar e escravizar dezenas de países na África…

Eu sei que cada episódio só tem sentido no seu contexto, mas aquela bandeja que minha tia levou para a casa dos meus pais na Vila Santana indicam que os ingleses preparam, com forte propaganda e com muita antecedência, cada contexto de suas ações. 

Não desejo mal algum à pessoa da rainha que se foi, ou agora do rei que assumiu o trono. Mas é nítido que a Monarquia faz o papel de ser simpático e o parlamento o de ser imperialista. Que mudem isso, Que tenham empatia por quem é diferente deles. Meu protesto, solitário, é não ir hoje ao Carlota Bar, como havia pensado. Lá, hoje, a música é de homenagem à Betinha. Me recuso a participar!

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