Mania de você 

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Em 1979 eu tinha 12 anos quando Rita Lee lançou o LP “Mania de Você”, ou pelo menos esse hit fazia parte do disco lançado naquele ano. Mas foi só no ano seguinte que essa música passou a ser a trilha sonora da minha vida. 

Ao acaso, no então Cine Regina, hoje, e há décadas, uma igreja evangélica, eu conheci a Sílvia Ruriko Takeshi, e descobri o que é ter mania de alguém. 

A música era a mais completa tradução, me apropriando de Caetano Veloso, das palpitações e ansiedades que me faziam revirar na cama, pedalar como um desvairado a Caloi 10 amarela do meu irmão, atravessar sem respirar os 30 metros de comprimento da piscina do Estrada…

Neste ano, 1980, Rita Lee fez o seu mais memorável show em Sorocaba, no Ginásio Municipal de Esportes. É o que ouço de quem este lá e viu. Eu não fui.

Desde então eu prestava atenção nela. Não só em suas músicas, mas nas entrevistas e posicionamentos.

Sua morte aconteceu ontem à noite em sua casa em São Paulo onde estava cercada por familiares, como queria. Há meses recebia o chamado tratamento paliativo depois de vir tratando agressivamente um câncer de pulmão diagnosticado em 2021.

Sua importância na história da música merece ser lida. Da música mundial, não só brasileira. Não é pouca a sua contribuição.

Sobre um dos seus refrões mais cantados, e eu não sei se ele aconteceu, pouco importa a verdade, o fato é que eu achava Rita diferenciada entre outros motivos pelo fato de ter tido um pai que sabia o que falar e dizia: “… foi quando o meu pai me disse filha/ você é a ovelha negra da família…”  Faz toda diferença ouvir a verdade de quem amamos e confiamos.

Rita Lee seguirá viva através de sua obra e na memória de todos que lhe são agradecidos. Muito obrigado, Rita!

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