Durante o bate-papo que tive com o prefeito Crespo em sua sala na tarde de segunda-feira passada ele me contou que se reuniu com o promotor Orlando Bastos Filho do Ministério Público em Sorocaba. O encontro foi pedido por ele e faz parte dos seus atos no quesito Distensões (leia postagem anterior). Crespo teve a colaboração do promotor Jorge Marum que fez o meio de campo com Orlando Bastos, explicando que na sua volta Crespo não queria mais manter o que ele classifica de tensão entre os dois. Orlando aceitou e segundo Crespo o recebeu na sede do MP em Sorocaba com a cordialidade que se espera de pessoas públicas. Crespo me disse que não tocou em nada do passado, “por ter ficado no passado na minha opinião, já aconteceu, acabou”, me disse Crespo. “O objetivo foi o de pensar Sorocaba e o futuro com ações independentes, mas num clima de normalidade”, finalizou o prefeito.
Questionei o promotor Orlando Bastos Filho sobre o encontro e ele me disse que do seu ponto de vista foi um “encontro protocolar. De rotina, assim como foi nos meus mais de 20 anos de Comarca, com todos os outros prefeitos. O relacionamento entre autoridades, quanto mais respeitoso e urbano melhor. Mas não altera em nada a atuação do MP”. Ainda bem. Ninguém quer uma postura diferente nem de um lado e nem de outro, apenas esse tom respeitoso no relacionamento de quem ocupa cargos que são para atender ao cidadão.
A queda de braço entre MP e o prefeito (ou entre Orlando Bastos Filho e Crespo) existe desde que Crespo era vereador e piorou quando se tornou prefeito. Nos bastidores, nos primeiros meses de 2017, houve movimentação dos dois lados a respeito do que cada um vai fazer contra o outro.
Durante anos Orlando e Crespo travaram uma batalha surda que, algumas raras vezes, se tornou audível como foi o fato de Crespo ter ido ao Conselho do MP tentar anular o inquérito preventivo de Orlando logo no começo deste ano.
Que esse encontro tenha selado o tom respeitoso de um lado e de outro mesmo quando o ato de um não for da compreensão ou do agrado do outro.
FOTO: Essa imagem (onde aparecem Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador e fundador do MP, Crespo e os então secretários Hudson Zuliani, Marinho Marte e Rodrigo Moreno na visita a Gianpaolo Poggio Smanio, Procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo) é da época em que não havia sido selada a paz entre prefeito e promotor