Obra interditada pela prefeitura foi uma forma que o atual proprietário do local encontrou para vingar o que ele classificou de ofensa à memória do seu pai e que teria sido feita pelo dono do empreendimento vizinho

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O empresário Marcus Oréfice, ao lado da irmã, é o herdeiro de Domingos Oréfice, morto em agosto de 2011 aos 83 anos idade e uma das mais influentes personalidades da vida política, social e empresarial de Sorocaba ao longo de todo o século 20. Nos anos 70 ele detinha a distribuição de carnes aos açougues de toda a cidade. Com rara habilidade pessoal, um verdadeiro autoditada, conheceu sobre o Direito e suas regras como raros advogados. Adorava uma polêmica. Era inteligente. E tinha o tino de antever o que poderia vir a ser um bom negócio.

Assim ele adquiriu a área onde a MRV teve hoje suas obras interditadas. Mas não foi uma simples aquisição, houve uma disputa com o proprietário da área vizinha, onde está construído o condomínio Vila Damalfi, o Cláudio Junqueira, o Cláudio da Magnum Construtora como é conhecido. O desenrolar do processo de disputa pela área se deu quando Domingos Oréfice já havia morrido. Consta, e quem me contou tudo isso, aliás a mim e a José Roberto Ercolin, há cerca de dois anos, foi Marcus Oréfice num dia em que ele esteve em visita à rádio Ipanema logo após o jornal na rádio.

Marcus Oréfice afirmou nessa conversa comigo que o Cláudio da Magnun havia ofendido o pai dele no processo, usando palavras injuriosas. E tinha como missão honrar seu pai e assim que obteve a definição de que a área era dele, a primeira ação sua foi cimentar os canos que escoavam água do condomínio do Cláudio Junqueira da Magnum. A segunda ação foi achar um parceiro que estivesse disposto a erguer um conjunto de apartamentos onde do alto o condomínio do Cláudio da Magnun pudesse ser visto e assim se iniciou a parceria com a MRV. A terceira ação foi conseguir junto aos assessores do prefeito Pannunzio, que entrava no governo, a autorização para erguer no local prédio com 8 andares.

A Ambeu (Associação dos Moradores dos Bairros Elton Ville, Uirapuru e Adjacências) contestou a autorização dessa obra dizendo que ela estava em desacordo com a Lei de Zoneamento que prevê somente prédio de até 3 andares ou conjunto habitacional térreo no local. No governo Pannunzio, a interpretação é de que não era isso. O então vereador Crespo chegou a contestar a obra pois entendia como evidente que ela descumpria a legislação. O promotor Jorge Marum, do Ministério Público, igualmente. Mesmo assim, os secretários de Pannunzio diziam que estava dentro da lei. O prefeito Pannunzio chegou a ser alertado que não podia dar autorização para aquela obra, mas dizia que tinha de respeitar o que diziam seus técnicos.

No final da tarde desta quarta-feira, veio a novidade, com a interdição da obra como pode ser lido na postagem anterior.

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