Olhar de um amigo

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Um amigo dedicou uma boa parte da sua hora de almoço nesta segunda-feira para falar comigo sobre as suas preocupações em relação a eleição presidencial deste ano.

Aviso n°1: Ele é antiPT, antiLula e contrário a ideologia defensora de um Estado forte, o que ele classifica de aparelhamento dos cargos públicos com membros ou simpatizantes do partido. 

Ele me deu números astronômicos do que foi desviado da Petrobras em cada operação da estatal durante o governo petista. Ele explica que não é convicção, mas fato.

Quando lhe disse que Bolsonaro também havia roubado, usei a questão da inflação, ele me disse que foi circunstancial e um fenômeno mundial. Quando eu lhe disse que o presidente atual oficializou a corrupção ao legitimar o orçamento secreto, ele me disse que isso é a mesma coisa de eu querer comparar o perigo de um trombadinha com o crime organizado.

Aviso n°2: Bolsonaro não é o preferido dele para ser o presidente, mas é o que tem chance de evitar a volta do mal maior, Lula e o PT. E ele me explica: O bom é que Bolsonaro sai daqui quatro anos, entra um mais preparado (deu como exemplo o Tarcísio que ele acredita que será o governador de São Paulo) e cumpriu uma necessidade do Brasil, ou seja, impediu que país volte a ser sangrado.

Antes da conversa acabar, meu amigo ainda me disse que com todos os problemas de pandemia e o que ela ocasionou as empresas públicas e estatais vão fechar no azul, ou seja, os déficits e superávits estão equilibrados, há confiança do mercado… enfim, vivemos um ótimo momento econômico que vai permitir que o socorro aos mais necessitados seja possível nos próximos quatro anos.

Eu argumentei: Mas e o risco que Bolsonaro oferece para a democracia, seus ataques às instituições, seu comportamento na pandemia… 

A resposta desse amigo foi: Veja pelo lado bom, ele é sincero. Não mente. É burro e se mostra burro.

Para finalizar, meu amigo disse: Bolsonaro é franco. O outro não é. É essa a escolha dessa eleição. Não tem outra coisa em jogo.

PS – Esse amigo viu à noite a entrevista do seu candidato ao Jornal Nacional. Eu lhe disse: Bolsonaro foi o que a gente conhece. Não acredito que ele tenha perdido votos, mas também não ganhou. Ele respondeu: Também acho. Mas fez uma ressalva, externando sua visão de mundo: Vamos ver o tratamento ao Luladrão.

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