Políticos tradicionais evitam encontro com os organizadores da Parada LGBT de Sorocaba

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Depois de seis meses de tentativas, a Organização da Parada LGBT de Sorocaba , Coletivo Rosa Lilás e Grupo Mandala conseguiu uma audiência com o prefeito Pannunzio para apresentar políticas públicas voltadas às Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis. São ações que eles gostariam de ver implementadas na cidade e serão defendidas durante a 10ª Parada do Orgulho LGBT de Sorocaba marcada para o próximo domingo (23/08) a partir do meio-dia com concentração na na Praça Frei Baraúna (Fórum Velho), rumo ao Campolim.

Mas a bronca dos organizadores, me explica Dennys Sbizera que encabeça a organização da Parada de domigno que vem, recai sobre o deputado federal Vitor Lippi que neste ano não abriu espaço nem para uma conversa com eles, ao contrário de anos anteriores quando deixou claro que apoiava a causa LGBT. Renato Amary é outro apontado pelos organizadores que neste ano nem foi procurado porque no ano passado deixou seu posicionamento claro ao perguntar o que ele, enquanto político sem mandato, não tinha a ver com essa questão. Posição diferente de Iara Bernardi, que também não tem mandato, mas é apoiadora da causa. Na Câmara de Vereadores, tirando os vereadores Izídio e França, ambos do PT, todos os outros dezoito legisladores fogem dessa questão. Tem muitos homofóbicos na Câmara, mas o principal é o Crespo, dizem eles. Na Assembléia Legislativa, nem a assessoria de Maria Lúcia Amary quis falar sobre a causa com os organizadores da Parada. Carlos Cézar, que é pastor e contra a causa, nem foi procurado. Apenas Raul Marcelo deu apoio à causa. Outro político com mandato, o deputado federal Jefferson Campos, também não quis falar com os organizadores. Jefferson é pastor evangélico.

A Organização da Parada LGBT de Sorocaba , Coletivo Rosa Lilás e Grupo Mandala exige (este é o termo usado por eles em artigo usado nas redes sociais) da Prefeitura Municipal de Sorocaba o seu comprometimento na execução dessas propostas em respeito a comunidade LGBT.

As 7 propostas são:

  1. Vetar o Projeto de Lei transfóbico 126/2015: Do vereador pastor Irineu Toledo (PRB) proíbe transgêneros de usar banheiros, uniformes, vestimentas ou demais elementos de indumentária de acordo com a sua identidade de gênero nas escolas da cidade;
  2. Tornar obrigatório o uso do nome social: Em todos os serviços públicos municipais, homens e mulheres trans devem ser tratados com seus nomes sociais e não os de registro;
  3. Usar o Plano Municipal de Educação (PME): construído democraticamente em plenárias

Respeitando o texto base que incluía o debate de diversidade sexual e de gêneros nas escolas entre muitas outras metas importantes que foram excluídas ou manipuladas pelo novo texto;

  1. Criar um Conselho Municipal LGBT: Composto por representantes dos grupos militantes da cidade, sociedade civil em geral, OAB e poder público;
  2. Criar um Centro de Referência LGBT: Que ofereça apoio jurídico, psicológico, de saúde e de moradia temporária para pessoas em situação de vulnerabilidade e risco;
  3. Preparar o serviço do PAT para atender a comunidade LGBT: O Posto de Atendimento ao Trabalhador de Sorocaba deve ser treinado e sensibilizado para atender a comunidade LGBT de forma adequada, em especial as pessoas trans, além de capacitar essas pessoas para o mercado de trabalho por meio de cursos e programas de inserção junto ao comércio e indústrias da cidade;
  4. Incentivar a militância dos grupos LGBT: Oferecendo os canais de comunicação públicos para veiculação das pautas LGBT como busdoor, TVs dos terminais, mídias oficiais, assim como em sua comunicação interna e campanhas institucionais; e oferecendo espaços com estrutura para realização de debates e outros eventos culturais.
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