Que Sorocaba (São Paulo, o sudeste, o Brasil…) está com fumaça todos nós sabemos. É o assunto mais comentado no whatsapp (mais até que o idiotas que propagam idéias e ideais apropriados pelo presidente Bolsonaro) na última semana.
É constrangedor ficar repetindo o que todo mundo já sabe sem avançar. Sem, por exemplo, dizer porque a vegetação secas de nossas cidades está em chamas. Alguém sempre coloca fogo? São idiotas que estão provocando os incêndios? É possível que o Sol tão forte e direto provoque a combustão espontânea de uma vegetação tão seca, tão seca que não tenha mais nenhuma umidade nela?
Não serei eu que darei estas respostas. Apenas venho jogar na cara dos negacionistas que há, sim, aquecimento global e isso tem causado tantos extremos em diferentes partes do mundo como nunca antes havia ocorrido.
A primeira vez que essa questão do clima me impactou foi em 1980, quando eu tinha apenas 13 anos de idade, e assisti ao filme Mad Max (que se passa num futuro distópico não muito distante, onde os recursos de óleo foram esgotados e o mundo está mergulhado em guerra, fome e caos financeiro e a água é um bem bastante raro. Mad Max é o nome de um policial, que não tem mais nada além de seus instintos de sobrevivência e também de retaliação que é o que dá o sentido de aventura e vingança contra a gangue que perseguiu e assassinou sua esposa e filhos). Era impensável que a água se tornasse algo tão raro devido a abundância dela em minha vida de adolescente.
Neste final de semana, outro filme me impactou: “To the bone”: falando sobre distúrbios alimentares, traduzido pela Netflix no Brasil como “O Mínimo para Viver”. O filme, que se passa em 2017, retrata a vida de Ellen, uma menina de 20 anos, que sofre há 6 anos de anorexia e sua busca por tratamento. No limite da vida, ela aceita ir a um médico pouco convencional. E esse médico, numa das cenas do filme, leva ela e os outros 5 pacientes para um museu para ver (foto) uma obra de arte, uma instalação, um happining… Pouco importa o que seja aquela obra do ponto de vista da Arte. Mas importa muito que essa obra retrate a chuva. Sim. Num quarto o visitante vê como “a água cai do céu”.
Em Sorocaba, desde abril não chove de maneira substancial, ou seja, com volume suficiente para encher o reservatório de Itupararanga. Houve chuviscos assim como estão previstos chuviscos para quinta e sexta capazes de amenizar a fumaça que nos sufoca.
Nada de importante tem sido feito desde que 1980 quando um filme projetou um cenário apocalíptico para a humanidade. E essa cena de “O Mínimo para Viver” apenas comprova de que seguimos não fazendo nada. Pior, tratamos o tema de modo tão corriqueiro que ele serve apenas de apoio à temática do filme.
Escolha melhor seus representantes. Essa é minha resposta a pergunta que você deve estar se fazendo se chegou até aqui nesta leitura: o que você quer que eu faça?