Pouso do aviões

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Minha filha chegou na manhã de hoje, segunda-feira, no Aeroporto de Guarulhos depois de 8156km percorridos desde Toronto, em 9h50. Foi tudo bem. 

Mas até o pouso do avião eu passei uma ansiedade que nunca tinha vivido. 

Minhas filhas, eu também, outros familiares, subiram e desceram de avião em longas viagens. Nunca em todos esses anos eu tive qualquer tipo de preocupação ou, como agora, ansiedade. 

Acordei para fazer xixi as duas e pouco da manhã e, ao contrário das outras madrugadas em que acordo pelo mesmo motivo, dessa vez olhei no WhatsApp e não havia nenhuma mensagem. Então abri o Facebook, o que seria menos provável ainda não estivesse em crise de ansiedade, e a primeira postagem na minha Linha do Tempo era um quadrinho de André Dahmer, que tanto adoro. Esse que ilustra este texto. 

Depois de me revirar um pouco, peguei no sono. Antes não tivesse dormido, pois foi um pesadelo. Do que me lembro? Destroços, cenas incompletas e imagens sem sentido. Mas uma clara sensação de stress.

Ligo a TV e no Discovery, “Os maiores desastres aéreos da história”.

Entro no portal da BBC e a manchete é “A misteriosa queda de um avião no mar Báltico”.

Tudo isso não passou de uma sincronicidade (palavra que aprendi com uma querida amiga) entre o que está todos os dias nas TVs, portais, jornais e o meu medo.

Espero, agora que minha filha está em segurança, em terra firme, que tudo o que passei seja apenas isso, apenas o que passei: Ansiedade de preocupação, situação normal de quem espera por uma filha que estava há tantos meses longe de casa. Nada mais. 

Mas a mente é indomável.  Mesmo com ela na cama, descansando depois da viagem, sigo com o mesmo sentimento de aflição, de que estou diante de um iminente desastre, assim quando eu esperava minha filha descer no aeroporto. Agora estou à espero o dia 2 de outubro.

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