O prefeito Crespo, acompanhado de Luiz Alberto Fioravante (secretário de Mobilidade e Acessibilidade, e também presidente da Urbes – Trânsito e Transportes de Sorocaba), esteve nesta quinta-feira (30) em missão oficial na cidade do Rio de Janeiro para conhecer o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) da cidade carioca.
A assessoria do prefeito, ao contrário da maioria das informações oficiais sobre os atos de governo de Crespo, desta vez não divulgou nenhuma fala do prefeito sobre a sua visita. Ou seja, não sabemos o que ele pensa sobre o que viu.
O edital de chamamento para captar empresas interessadas em fazer o VLT de Sorocaba foi publicado no início de agosto passado e até o momento a Prefeitura recebeu consulta de dos grupos interessados na viabilização do projeto, que tem a missão de integrar a ferrovia com a paisagem urbana, requalificando toda a faixa ferroviária. As consultas ao edital não significam a adesão desses grupos, apenas o desejo de conhecer o que está no edital, me explicou Fioravante.
O VLT, me explica o secretário, será um complemento ao sistema de ônibus. Hoje, Sorocaba conta apenas com linhas de ônibus no Sistema de Transporte Coletivo, que percorrem a cidade de norte a sul e de leste a oeste. Circulam diariamente nos terminais cerca de 120 mil passageiros, sendo 80 mil no Terminal Santo Antônio e 40 mil no Terminal São Paulo. E as obras do BRT (Sistema de Ônibus Rápido) começam até o dia 10 de setembro.
A assessoria de comunicação informou que o prefeito e secretário (foto) foram recepcionados pelos técnicos e presidente da Alstom, grupo industrial francês que atua na área de infraestrutura de energia e transporte, Pierre Emmanuel Bercaire, e puderam conhecer a operação do sistema, as estações, o CCO – Centro de Controle Operacional e o centro de manutenção do VLT/Rio.
O Rio de Janeiro é a segunda cidade no mundo a ter um VLT 100% livre de cabos aéreos de energia para alimentar os veículos, a primeira foi Dubai. O sistema, que opera desde 2016, fornece eletricidade pelos trilhos, que são energizados quando o VLT para nas estações.
Críticas ao VLT
O VLT está entre o que há de mais moderno nos sistemas de transporte, pois associa recursos e tecnologias que disponibilizam viagens dentro de padrões de horário e qualidade. Wi-Fi, rádio, GPS, redes ópticas e dispositivos inteligentes de localização, interligados a sistemas computacionais de controle, formam uma complexa rede no VLT que permite a movimentação do veículo dentro de padrões de regularidade e de atendimento eficientes à demanda de transporte.
Porém, não há unanimidade sobre a sua eficiência e eficácia para resolver o problema da mobilidade. O canal pago Globo News produziu a série em 12 episódios sobre Desafios da Mobilidade Urbana no programa “Em movimento” e quando tratou do VLT do Rio, esse visitado por Crespo e Fioravante, deixou bastante claro que quando ele foi inaugurado (no período das Olimpíadas) funcionou de modo a atender as necessidades da população, porém hoje em dia deixa bastante a desejar.
Outro exemplo é o VLT de Cuiabá, que deveria ter ficado pronto para a Copa do Mundo de 2014, e se tornou o Símbolo Nacional de Obra Fantasma, que ficou inacabada no meio do caminho por falta de recursos para a sua conclusão.