Eduardo Vieira: uso de termos como maçãs podres não melhoram a relação com a categoria
Ainda na manhã de terça-feira passada, ao vivo, durante o Jornal da Cruzeiro (FM 92.3Mhz), o prefeito Crespo afirmou que existe gente corrupta no meio médico do serviço público de Sorocaba e para justificar sua afirmação, ele lembrou que há dois meses os vereadores Vitão do Cachorrão e Fausto Perez flagraram médicos do Samu, que eram para estar em serviço, fora dele; e citou ainda o flagrante do corregedor da Prefeitura, Gustavo Barata, na UPH da Zona Norte onde flagrou médico dormindo durante o expediente de trabalho.
Essa adjetivação, como é corriqueiro em toda entrevista do prefeito seja dada onde for, cria polêmica e dessa vez não foi diferente. Quem reagiu foi o Sindicato dos Médicos de Sorocaba, em nota divulgada pelo presidente, médico Eduardo Luís Vieira.
Leia a íntegra: “Gostaria de respeitosamente responder o prefeito Crespo que em entrevista na rádio Cruzeiro disse que há maçãs podres na saúde e sobre a existência de conforto médico. O Sindicato dos médicos não defende médicos que pratiquem ilegalidades de qualquer natureza como falta ou saída de plantões e tudo o que for contra o código de ética médica. É de responsabilidade do prefeito fiscalizar e punir, respeitando o direito de defesa e não ficar toda a vez reclamando disso na imprensa. Durante a campanha, o prefeito Crespo foi bem recebido por nós na Sociedade Médica e se comprometeu a não usar o subterfúgio de culpar os profissionais médicos por eventuais falhas do atendimento. O uso de termos como maçãs podres não melhoram em nada a relação com a categoria. Em relação ao repouso médico, ele é previsto para aqueles que fazem jornadas de 12 horas, para compensar o horário de descanso e horário de almoço, de acordo com a CLT e também é um local onde o médico pode não só repousar, mas também fazer sua higiene pessoal e estudar. Ressalte-se que é importante que respeitando o direito das mulheres, que haja um conforto separado. E nenhum paciente esteja desassistido. Por fim lamento a notícia de que o prefeito não fará novos concursos públicos na saúde. Há uma necessidade evidente de mais médicos atuando na rede municipal e a política de terceirizações é equivocada”.