O secretário de Mobilidade e Acessibilidade da Prefeitura de Sorocaba e presidente da Urbes (empresa municipal responsável pelo gerenciamento do trânsito e transporte da cidade), Luiz Carlos Siqueira Franchim, reconhece que o sistema de transporte público precisa ser melhorado em Sorocaba.
E, mais, ele diz que já tem a solução técnica para esta questão: a implantação do BRT (Sistema de Ônibus Rápido), ao menos uma primeira parte, na avenida Itatuvu, a principal avenida da Zona Norte de Sorocaba, região onde estão concentrados 2/3 dos moradores sorocabanos, ainda neste governo.
Perfeito, essa solução técnica começou a fazer parte do cotidiano sorocabano na eleição de 2012 quando os então candidatos Renato Amary e Pannunzio mostraram estudos e promessas de implantação do BRT.
Pannunzio foi eleito e o início do BRT esbarrou na falta de recursos, contestações da documentação e até mesmo investigações do processo, sofrendo seguidos adiamentos até o cancelamento da licitação para o serviço. Ou seja, não saiu do papel.
Diante disso, perguntei a Franchim sobre os recursos e ele me disse que espera que o prefeito Crespo resolva essa questão, uma vez que o papel dele é resolver o trânsito e transporte, ficando ao encargo do prefeito e quem ele designar essa questão financeira, área que não é a dele.
Ou seja, mais do que nunca esse recesso do prefeito Crespo de não atender a imprensa precisa chegar ao fim. Decidido pelo Tribunal de Justiça que ele fica no cargo, após contestação da Câmara, é hora de prestar contas e essa é uma das respostas que ele precisa dar: vai ter dinheiro para o BRT?
Em que pese Franchim discordar de minha afirmação, feita em postagem anterior, onde digo que está falido o sistema levando em conta o resultado da 7ª edição do Desafio Intermodal, organizado pela própria Urbes, o fato é que se constata essa realidade. O sistema de transporte coletivo está falido quando se leva em conta o tempo de deslocamento e o conforto do usuário. Os concorrentes dos ônibus nesse desafio foram bicicleta, motocicleta, táxi, carro particular e caminhada – sendo que num desses trajetos quem saiu a pé chegou 20 minutos antes do quem saiu de ônibus.
VLT
Crítico do BRT, Crespo anunciou na campanha eleitoral que considerava inviável a execução do sistema e defendeu a implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), uma espécie de trem elétrico que circularia entre estações distribuídas pelos bairros do município, acompanhando a malha ferroviária existente. Franchim explicou que este projeto do VLT se encontra em fase de estudos e é considerado por ele menos viável do que o BRT, que já tem plano e financiamento aprovados.
Este projeto do VLT, até que o prefeito explique, não passa de um desejo, vontade, sonho. A impressão que se tem é de que é algo passível daqui dias, quando o mais provável é que termine o governo e ele nem tenha sido iniciado. Se é que vai. Se estou enganado, mais uma vez, quem precisa dizer o motivo é o prefeito. Por isso reafirmo, ele precisa dar entrevista.