Primeiro prefeito evangélico

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Rodrigo Manga (Republicanos), o prefeito eleito de Sorocaba, será o primeiro evangélico a assumir o comando do Poder Executivo local, na história da cidade que neste ano celebrou 366 anos desde que Balthazar Fernandes doou uma área para a fundação do vilarejo e desde então, uma vez por mês, os beneditinos rezam um missa em intenção de sua alma. Todos os antecessores eram católicos, assim como a atual prefeita Jaqueline Coutinho.

O que isso significa?

Em teoria, nada, afinal a legislação diz que o estado é laico. Na prática, sabemos que não é bem assim e o maior exemplo vem do governo federal, desde que Jair Bolsonaro foi eleito com forte apoio dos evangélicos. As principais mudanças se dão nos costumes, quando o poder público pode agir no direcionamento de verbas e patrocínios; na negação de ações coletivas (o maior exemplo do Brasil de hoje é o negacionismo em relação a pandemia de Covid-19) e na insistência de uma agenda pública que nega conquistas de minorias como a causa LGBT e afim.

Evidentemente que uma pessoa só, seja ela a com maior poder numa cidade como é o caso do prefeito numa cidade ou de um presidente num país, não têm força para impor nada a ninguém. Quem tentou, na base da força, a impor suas ideias (Collor e Dilma no governo federal e Crespo no local) se deu mal. Com habilidade, porém, pode obter grandes conquistas.

Não foi à toa que Manga foi escolhidos pela maioria dos que foram às urnas (e não do eleitorado uma vez que ele recebeu 153 mil votos e a soma de votos Nulos, Brancos e Abstenções chegou em quase 200 mil). Essa maioria acredita que ele representa mudança, ou seja, vai fazer diferente do que fizeram até agora os últimos prefeitos.

Em seu primeiro discurso, ainda sob o impacto da emoção do resultado, no local onde acompanhava a apuração, ele disse que será um prefeito de todos, de toda a cidade, mas que começaria fazendo diferente: ao invés de celebrar no Campolim (bairro nobre), palco das grandes celebrações públicas sejam elas do futebol ou da política, iria para o Carandá (bairro da extrema periferia).

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