Questão não é só o trocadilho infame “ela queria dar o furo…” É o método!

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A questão não é a agressão a uma mulher.

A questão também não é a agressão a uma jornalista.

A questão é a agressão.

Mais, a questão é a forma escolhida para agredir: fazendo afirmações mentirosas, que ele sabe ser mentira.

Portanto, a questão é o fascismo.

Está claro?

Não, não me venha com esse argumento pífio de que se trata de opinião. Não se trata. Opinião é como gosto e cada um tem a sua. Eu gosto de almeirão. Eu gosto de almeirão só se for com arroz e feijão. Eu não gosto de almeirão… Isso é opinião.

Trata-se de manipulação: O almeirão com arroz e feijão faz você perder 4kg em uma semana. Basta comer almeirão e não terá câncer, nunca. Almeirão é amargo, é mato, mas é a salvação contra o mal que o alface vinha fazendo em nossa horta.

A questão da agressão é o crime contido nela: o presidente Jair ao mentir sobre a jornalista da Folha, Patrícia Campos Melo, ofende a honra dela (injúria), dissemina a sua fobia (dele, Jair) por mulheres com poder e estimula que outros façam o mesmo. Jair é fascista. Ponto!

Fascismo é a ideologia política ultranacionalista e autoritária caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição (quem se imagina que seja) por via da força e forte arregimentação da sociedade e da economia.

A fala do presidente Jair, graciosamente, solta despretensiosamente numa entrevista, reforça todos estes valores da ideologia fascista. A mensagem subliminar é: se não for para eu a continuar presidente, será o PT, o Lula…

O fascista, como se comporta Jair, arregimenta seguidores que, neste caso, saem em sua  defesa pessoal repercutindo, reproduzindo e levando adiante a ideologia fascista. Pouco importa o fato, a verdade, a vítima… a sociedade.

O estadista, que Jair nem imagina o que é que isso seja, arregimenta seguidores para O governo, sim, maiúsculo, único, de todos, daqueles que gostam e votaram nele e, também, daqueles que não votaram e dizem que nunca vão votar nele.

Isso é democracia. Mas o Jair, e seus seguidores, pouco se importam com isso. O importante é, primeiro, se manter no poder; segundo, evitar que o Lula retorne. Custe o que custar. Farão essa guerra, se necessário.

Como praticante das regras básicas do Fascismo, Jair faz de seu movimento político e social um instrumento de propagação de uma retórica populista que, como ensina o manual do Fascismo “explora assuntos como a corrupção endêmica da nação, crises na economia ou declínio dos valores tradicionais e morais da sociedade, ‘defendendo’ que mudanças radicais no status quo (expressão em latim para referir-se ao estado atual das coisas) devem acontecer”.

Até agora, nos 500 dias do seu governo, Jair viu tudo sendo tolerado pela sociedade. Talvez isso tenha lhe dado confiança em fazer o infame trocadilho sexual na agressão à jornalista da Folha: “Ela queria dar o furo [pessoas dão risadas] a qualquer preço…”

Só faltou Jair falar: No Carnaval, ela vai esperar a hora para ver a Mangueira entrar…

A decisão de falar tais boçalidades não é unicamente da cabeça dele, Jair é instrumento de uma organização que o usa com o propósito de fazer valer a ideologia desejada por esse todo.

O pior é que há quem saia em sua defesa e do método. Um amigo escreveu num grupo que eu fazia parte: “Com todo respeito que as mulheres merecem, foi ela quem começou.” Nem Jair, creio, seria capaz de tamanha burrice para defender a sua canalhice. Saí do grupo, pois essa afirmação não é questão de gosto, talquei!

PS: 415 dias depois do início do governo do Jair Messias, o PIB ainda é infame; o desemprego ainda é recorde; as reformas, pesadas para o bolso do trabalhador, ainda são inócuas… Ainda há paciência com a economia. Ainda há fé. Ainda cola o argumento de que o estrago dos 13 anos de PT foi muito severo. Ainda…

Mas, O tempo passa, torcida brasileira… já dizia Fiore Gigliotti, em suas emocionantes narrações na rádio, quando o jogo chegava aos seus minutos finais e o time favorito não conseguia o gol.

PS: Não torço pelo pior, talquei? Torço por um PIB de 16%, por vagas recorde de emprego, por prosperidade. E por educação.

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