Na semana passada, antes dessa ondinha de frio de segunda e terça-feira passadas, que durou até ontem, vi uma formiga no chão do banheiro do meu quarto. Havia até me esquecido do formigueiro na parede externa do parapeito da janela.
Depois vi uma aranha na cozinha. Não é arainha, nem aranhona. Ela assusta, confesso, quando a gente se depara com ela pela primeira vez. Mas depois de dez anos na mesma casa já nos entendemos. É uma aranha simpática, eu diria.
Mas foram os siriris, os bichinhos que ficam voando em torno da lâmpada e perdem as suas asinhas, que me deram a certeza de que o frio deste ano já era. Pode até vir alguma onda matinal como sempre ocorria nos 7 de setembro de minha infância quando, cedinho, indo ao desfile, o ar gelado nos deixava arrepiados.
Mas não é mais tempo de frio! Setembro chegou.
Aos que ficaram com vontade de me dizer, me antecipo. Eu sei, está tudo mudado. Em julho, que era frio fez calor, em outubro que era calor já fez frio… Vivemos sob uma drástica mudança. Tão grande que um rato brasileiro saiu da toca lá na Argentina. E deu tiros de revólver em Cristina Kirchner. Só não a matou porque a arma falhou. Rato fascista que usa a força para calar qualquer divergência.
Não há governo, no mundo, com força para liderar qualquer preservação do que ainda há de florestas, rios e nascentes de água. Mas se não tem força para preservar, um governo perverso pode acelerar a destruição. Por isso a escolha de nossos representantes ainda nos desperta interesses e paixões. Como as formigas, aranhas, siriris e também os ratos, que hibernaram nos últimos tempos, os eleitores já mostram que se começa um novo tempo.