Enquanto o cidadão da Região Metropolitana de Sorocaba segue sendo enrolado, há pelo menos dez anos, com a implementação de um trem rápido entre Sorocaba e São Paulo, quem precisa ir à capital de veículo público segue refém da Viação Cometa. Refém é o termo adequado uma vez que não há concorrência para esse serviço, ou seja, ou se vai de Cometa ou de Cometa.
E ontem foi um dia que precisei do Cometa. Há uns cinco anos ou mais, eu não usava esse serviço. Me surpreendeu positivamente a rigidez no controle de embarque na rodoviária onde, agora, é necessário dar um documento nas mãos da operadora que vende o bilhete e ela digita seu nome e número que são impressos na passagem a ser apresentada ao motorista. No embarque, o motorista pede passagem e documento novamente para se certificar de que quem está embarcando é a mesa pessoa com o nome impresso na passagem.
Mas…
Embarquei no ônibus de 10h30. Ele saiu do Rodocenter 10h33 e chegou 10h41 no Terminal São Paulo. Do ônibus que partiu da rodoviária, éramos 25 ou menos passageiros. No Terminal São Paulo entraram mais uns 15. Ele saiu 10h50. Chegou 11h05 no acesso à Castelinho, ou seja, trajeto de no máximo 15 minutos ele fez em 35. No km 0, pegou mais um passageiro e no km 07 mais outro. E antes de chegar à Castello Branco, mais outro.
Essa metade ou mais passageiros que embarcaram fora da rodoviária, ao contrário dos que embarcaram no Rodocenter, não mostraram documento e nem escreveram nome na passagem.
Escrever o nome é bom no caso de um acidente, uma tragédia, para se chegar à família. Mas também vejo como uma forma de intimidar algum fora da lei. Sem nome ou documento, nem intimidação há.
Minha sugestão?
São duas. 1) Ônibus direto rodoviária de Sorocaba à Barra Funda em São Paulo, parando para quem quiser descer, mas não subir. No embarque, registro de nome e número de documento, passando malas de mão ou bagagem no raio-x, como nos aeroportos, para ver se não há armas, por exemplo. 2) Manter outras linhas como as que existem hoje, e há décadas, com os passageiros subindo e descendo do ônibus onde bem entenderem (eu sei que é uma facilidade), porém deixando passageiros e motoristas à mercê da sorte.
É preciso que o passageiro tenha a opção de escolha.
Os deputados estaduais, vereadores e prefeitos da Região Metropolitana poderiam se movimentar neste sentido junto à Artesp e governo paulista. Porém, até isso se vier a acontecer um dia que os reféns da Cometa sigam sendo protegidos pela providência divina que é o que há hoje.
Em tempo, meu ônibus de ontem, das 10h30, chegou a Barra Funda 12h08. Um absurdo. Duas horas é tempo demais para essa viagem que poderia ser de 1h15 respeitando o limite de velocidade do ônibus na estrada.